BERLIM - O presidente do Banco Central Alemão (Bundesbank), Jens Weidmann, pediu que o governo de seu país não economize esforços em matéria de consolidação orçamentária para continuar dando um bom exemplo a seus sócios europeus, segundo uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal Tagesspiegel.
"A Alemanha possui uma responsabilidade particular como pilar da estabilidade da união monetária", disse Weidmann ao Tagesspiegel. Por este motivo, o país "não deve economizar esforços" por um orçamento equilibrado, completou.
Para Weidmannm, a pausa na consolidação (orçamentária) prevista para este ano no país não é convincente, devido às perspectivas de crescimento.
O déficit orçamentário alemão deve alcançar cerca de 20 bilhões de euros em 2011 (quase 26 bilhões de dólares), menos que o previsto graças ao crescimento econômico dos dois últimos anos. Já para 2012 a previsão é que o déficit aumente para os 26 bilhões de euros.
"Uma das lições da crise é que não se deve atrasar a consolidação orçamentária", disse Weidmann.
O presidente do Bundesbank disse que as decisões tomadas em dezembro pelos chefes de Estado e de governo da UE para incluir a estabilidade orçamentária nos tratados pode ser "uma contribuição útil" para resolver a crise da dívida na zona do euro, mas disse que isso deve ser feito em cada país, para que seja retomada "passo a passo" a confiança dos investidores.
Em outra entrevista ao jornal Bild, o ministro de Finanças, Wolfgang Schäuble, reiterou o pedido aos países mais endividados da zona do euro para que façam o que tem que ser feito, como cortes de gastos, reformas e melhoras na competitividade.
Diferentemente da média europeia, o índice de consumo da Alemanha viveu em 2011 seu "melhor ano dos últimos 10 anos", segundo um comunicado publicado nesta segunda-feira pela Federação Alemã de Câmaras de Comércio (DIHK).
O consumo alemão aumentou ao menos 1,2%, segundo a DIHK, apesar de os alemães serem tradicionalmente pouco dados ao consumismo.
"A situação favorável do emprego beneficia a demanda interna", disse a DIHK. O desemprego na Alemanha está em seu nível mais baixo das últimas duas décadas, graças à forte reativação econômica registrada desde meados de 2009 e apesar dos sinais de estagnação da conjuntura nos últimos meses do ano passado.
O bom comportamento do consumo privado é um bom sinal para a economia alemã, num momento em que se espera que a demanda mundial de produtos "made in Germany" cairá pela conjuntura mundial e que os industriais alemães irão frear, provavelmente, um pouco o ritmo de investimentos.
Fonte:JB
