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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Diante de novo alerta, medo derruba o euro e as bolsas



Cotação da moeda comum europeia chega a US$ 1,26, a menor em 16 meses. Rolagem de dívida da Itália e da Espanha é a dúvida


Nicolas Sarkozy  e Christine Lagarde discutiram nova ajuda à Grécia (Lionel Bonaventure/AFP)
Nicolas Sarkozy e Christine Lagarde discutiram nova ajuda à Grécia

Às vésperas das operações para a rolagem das dívidas  espanhola e italiana, e diante de um novo alerta da agência de classificação de risco Fitch sobre um possível colapso do euro, a moeda comum europeia voltou a se desvalorizar frente ao dólar, alcançando seu menor valor em 16 meses. A cotação bateu em US$ 1,26 e fechou a US$ 1,27 ontem. Pouco antes, a Fitch cobrou maior participação do Banco Central Europeu (BCE) na compra da dívida dos países da Zona do Euro, sobretudo da Itália, para evitar o caos. Em meio aos sobressaltos, a maioria das bolsas europeias fechou em queda. Mas hoje, após aprovação do pacote fiscal de 8,9 bilhões de euros na Espanha na noite de ontem, os pregões tendem a reagir.

O principal índice das ações europeias, o FTSEurofirst 300, fechou o dia em queda de 0,7%, afastando-se de uma máxima de cinco meses. Em Madri, o pregão recuou 0,54%. Perdas também foram registradas em Londres 
(-0,45%), Frankfurt (-0,17%), Lisboa (-0,83%) e Paris (-0,19%). Apenas Milão registrou pequena alta, de 0,25%. No outro lado do Atlântico, a Bolsa de Nova York teve pequena baixa, de 0,10%. Em São Paulo, a Bovespa teve um dia um pouco melhor: subiu 0,26%.

Perdão
A avaliação dos analistas é de que o humor dos mercados continuará a ser ditado pelas notícias da Europa. A fim de tirar a região do atoleiro econômico, dirigentes de países do bloco realizaram uma série de reuniões que ocupou as atenções dos investidores. Em Berlim, a chanceler Angela Merkel recebeu o colega Mario Monti para discutir as reformas na Itália. Em Paris, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, participou de uma minirreunião germano-italiana com o objetivo, segundo fontes, de discutir a situação da Grécia, que segue no centro das atenções. 

Bruxelas informou, na terça-feira, que as negociações entre Atenas e os bancos, para que perdoem ao menos a metade da dívida grega em seus balanços, estavam prestes a serem concluídas. As novas entregas de ajuda financeira, imprescindíveis para evitar a quebra do país, dependem, agora, do resultado dessas negociações e da aplicação pelo governo grego das reformas exigidas pelos credores internacionais — a União Europeia e o FMI. Na segunda feira, depois de se reunirem em Berlim, Merkel e Sarkozy disseram que a situação do continente ainda segue “muito tensa”.

Alemanha exibe força
A economia alemã cresceu 3% em 2011, o que lhe permitiu reduzir o deficit orçamentário do país a 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas tropeçou no último trimestre, sinalizando incertezas para 2012. Nos últimos dois anos, contudo, a Alemanha manteve-se como a locomotiva da Europa. Pela primeira vez, desde 2008, Berlim respeitou o critério que impõe redução do deficit público a um nível inferior aos 3% do produto interno de cada nação. Ontem, o país deu nova demonstração de força. Emitiu, com êxito, títulos da dívida com vencimento de cinco anos e rendimento inferior a 1% (taxa histórica). Mesmo com juro tão baixo, registrou o dobro da procura em relação à última captação de recursos feita pelo Banco Central. A operação rendeu, ao todo, 3,153 bilhões de euros a uma taxa de 0,9%.

Fonte: CB