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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Capitalismo de Estado e Capitalismo Democrático


O livro Privataria Tucana, com seu sucesso estrondoso, mostra claramente como os brasileiros estão mal informados.

Por que a Telebras tinha 83% das suas ações em poder do setor privado, se era uma empresa Estatal? Se fazia parte do Capitalismo do Estado?
Vejamos.


O Socialismo Moderno, aquele do PSDB e algumas alas do PT, percebeu que o Socialismo de hoje precisa também de muito capital.
Capital para fazer estradas, linhas telefônicas, máquinas caras, etc.


Ao contrário do PCdoB, PCB, Psol e MST que ainda acham que podemos criar uma nação eficiente com um Foice e um Martelo, que de fato custam pouco.
Por isto, o Socialismo Moderno virou Capitalismo de Estado.


Onde o Estado é o grande capitalista, onde é o Estado que controla e estimula a formação de Capital. O sonho de Karl Marx e Gramsci.


No Capitalismo de Estado, não existe a figura do Capitalista individual de Karl Marx, como manda o princípio Socialista.
Por isto, no caso da telefonia no Brasil, da Telesp e Telebras, o próprio consumidor de telefone precisava fornecer ao Estado o Capital necessário para levar toda a infraestrutura de cobre até a sua casa, para poder instalar um telefone.


Isto porque o Estado não gera Capital, todos os impostos arrecadados iam rapidamente para inflar salários públicos, e pouco dos impostos são investidos em infraestrutura, como é até hoje no Brasil.


O consumidor de um telefone precisava pagar R$ 10.000,00 por um "Plano de Expansão".
Pagava inclusive antecipadamente, e ao longo de 3 anos a Telebras investia e levava a "linha" até a sua casa.


Só os ricos tinham R$ 10.000,00 para pagar antecipadamente por um telefone, e a verdade inconveniente que é escondida do povo brasileiro é que o Capitalismo de Estado foi o maior causador da Exclusão Social deste país por mais de 50 anos.


Somente 10 milhões de brasileiros tinham como pagar o capital necessário para ter uma linha telefônica, ter acesso ao Google, internet, ensino a distância, redes sociais, contatos, web pages etc.


O resto do Brasil era excluído porque no Capitalismo de Estado, o Estado não permite a figura do capitalista independente. Aquele que poderia lhe suprir a linha de telefone em troca de dividendos anuais.


Com a desestatização da telefonia, 200 milhões de brasileiros foram incluídos socialmente, via internet, ensino a distância, emails, redes sociais, porque com a introdução do Capitalismo Democrático, quem financia agora a "linha" de telefone são os pequenos acionistas destas empresas.


No Capitalismo Democrático existe a separação do Consumidor e do Capitalista.


No Capitalismo de Estado, como vimos, consumidor e capitalista eram a mesma pessoa.


Por isto, todo consumidor virava um acionista da Telebras, sem saber. (Recebiam uma "cautela", só o nome dava para desconfiar, e todos venderam estas "cautelas" a preço de banana.)


No Capitalismo Democrático, o consumidor não paga R$ 10.000,00 adiantado, nem paga juros sobre este dinheiro se ele for tomado emprestado.


Recebe a linha telefônica sem pagar nada, zero, sem esperar 3 anos a fio.
Começa a trabalhar com mais produtividade imediatamente, começa a ser incluído, a ser mais produtivo desde o momento zero, e não depois de 3 anos, se a Telebras cumprisse o prazo de entrega, o que nunca ocorria.


O consumidor paga sim uma tarifa de telefone mais cara, porque agora inclui os dividendos dos Capitalistas que adiantaram o dinheiro.


Mas isto veremos, nem se tornaria problema.
Com a introdução de mais 200 milhões de consumidores, os custos fixos rateados sobre uma base maior e os ganhos de eficiência tornaram as tarifas mais baratas, mesmo com o adicional dos dividendos dos capitalistas.


O que aumentou foi o uso intensivo do telefone e celular, que mesmo assim é bem menor do que os juros não recebidos dos R$ 10.000,00 outrora pedidos.


Alías, todos os R$ 100 bilhões investidos viraram pó. Muitos brasileiros ainda têm seus telefones nas suas Declarações de Bens de 1994, a R$ 4.000,00 cada, porque ter telefone era um enorme investimento.


Fonte: Stephen Kanitz