Sem "solução satisfatória" para impasse com EUA, Dilma adia viagemO cancelamento da viagem aconteceu um dia depois de Dilma conversar com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por telefone durante 20 minutos
Por Karla Correia
Publicação: 17/09/2013 14:37 Atualização: 17/09/2013 15:00
A viagem estava marcada para 23 de outubro |
A presidente Dilma Rousseff oficializou, em nota, o adiamento da visita de Estado que faria a Washington no próximo 23/10. Não há uma nova data marcada para o encontro. De acordo com o Palácio do Planalto, "não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada".
As denúncias de que a Petrobras foi alvo de monitoramento pela NSA agravaram a crise política entre Brasil e Estados Unidos. Depois da divulgação do episódio de espionagem, a presidente passou a considerar que o monitoramento feito por parte do governo norte-americano foi motivado por razões econômicas e comerciais, possivelmente relacionadas ao interesse dos EUA nos leilões do pré-sal.
"As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos", diz o comunicado.
Na noite de ontem, Dilma recebeu telefonema do presidente dos EUA, Barack Obama. Segundo a nota, a decisão do adiamento partiu dos dois presidentes.
"O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos", afirma o documento.
Confira abaixo a íntegra da nota:
“A presidenta Dilma Rousseff recebeu ontem, 16 de setembro, telefonema do presidente Barack Obama, dando continuidade ao encontro mantido em São Petersburgo, à margem do G-20, e aos contatos entre o ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado e a assessora de Segurança Nacional Susan Rice.
O governo brasileiro tem presente a importância e a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança mútua. Temos trabalhado conjuntamente para promover o crescimento econômico e fomentar a geração de emprego e renda. Nossas relações compreendem a cooperação em áreas tão diversas como ciência e tecnologia, educação, energia, comércio e finanças, envolvendo governos, empresas e cidadãos dos dois países.
As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos.
Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington – e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada.
Dessa forma, os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada.
O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos.”
As denúncias de que a Petrobras foi alvo de monitoramento pela NSA agravaram a crise política entre Brasil e Estados Unidos. Depois da divulgação do episódio de espionagem, a presidente passou a considerar que o monitoramento feito por parte do governo norte-americano foi motivado por razões econômicas e comerciais, possivelmente relacionadas ao interesse dos EUA nos leilões do pré-sal.
"As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos", diz o comunicado.
Na noite de ontem, Dilma recebeu telefonema do presidente dos EUA, Barack Obama. Segundo a nota, a decisão do adiamento partiu dos dois presidentes.
"O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos", afirma o documento.
Confira abaixo a íntegra da nota:
“A presidenta Dilma Rousseff recebeu ontem, 16 de setembro, telefonema do presidente Barack Obama, dando continuidade ao encontro mantido em São Petersburgo, à margem do G-20, e aos contatos entre o ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado e a assessora de Segurança Nacional Susan Rice.
O governo brasileiro tem presente a importância e a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança mútua. Temos trabalhado conjuntamente para promover o crescimento econômico e fomentar a geração de emprego e renda. Nossas relações compreendem a cooperação em áreas tão diversas como ciência e tecnologia, educação, energia, comércio e finanças, envolvendo governos, empresas e cidadãos dos dois países.
As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos.
Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington – e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada.
Dessa forma, os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada.
O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos.”
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