Fruto
A Mukua ou fruto do baobá, tem no seu interior um miolo seco comestível (não tem sumo), desfaz-se facilmente na boca e o seu sabor é agridoce (adocicado com uma ligeira acidez). Este fruto é rico em vitaminas e minerais.
Ao dissolver-se a mukua em água a ferver obtém-se o sumo de mukua que, depois de arrefecido, é tomado como uma bebida fresca com um sabor muito apreciado em determinados países.
Em Moçambique, o fruto, tem o nome de malambe na língua xi-nyungwe da província de Tete, tem uma polpa branca que seca no próprio fruto e que é utilizada para a alimentação, em tempos de escassez de comida; também é referida como cura para a malária1
História
Em 1445, navegantes portugueses conduzidos por Gomes Pires chegaram à ilha de Gorée, no Senegal; eles descobriram o brasão do Infante D. Henrique gravado em árvores. O cronista Gomes Eanes de Zurara assim descreveu a árvore: Árvores muito grandes e de aparência estranha; entre elas, algumas tinham desenvolvido um cinturão de 108 palmos a seu pé (ao redor 25 metros). O tronco de um baobá não mais alto do que o tronco de uma árvore de noz; rende uma fibra forte usada para cordas e pano; queima da mesma maneira como linho. Tem um grande fruta lenhosa como abóbora cujas sementes são do tamanho de avelãs; pessoas locais comem a fruta quando verde, secam as sementes e armazenam uma grande quantidade delas.
Baobá em Nísia Floresta, Rio Grande do Norte, Brasil.
Baobá da Praça da República,Recife, Brasil.
Possível fonte de inspiração para Saint Exupéry.
Baobá no Passeio Público, Rio de Janeiro, Brasil.
Em Angola e Moçambique, esta árvore é conhecida por embondeiro, ou imbondeiro. Em certas regiões de Moçambique, o tronco desta árvore é escavado por carpinteiros especializados para servir como cisterna comunitária
Baobá no Engenho Poço Comprido, Vicência, Brasil.
Um dos vários espécimes existentes em Pernambuco.
o Brasil
No Brasil existem poucas árvores de Baobá, que foram trazidas pelos sacerdotes africanos e foram plantadas em locais específicos para o culto das religiões africanas.
Pernambuco
Essas árvores concentram-se principalmente no estado de Pernambuco (onde há mais de cem catalogadas) e, nesse estado, na sua capital, Recife (onde há pelo menos trinta).
No Recife, o baobá da Praça da República é uma possível fonte de inspiração de Saint Exupéry, quando por ali passou, ao escrever O pequeno príncipe. Há um na Faculdade de Direito do Recife e outro na Cidade Universitária. Existem outros espalhados pela cidade, como em Ponte d'Uchoa, Poço da Panela e na Praça de Dois Irmãos próximo a UFRPE. Existem três plantadas na Estância Rica Flora, em Aldeia, Camaragibe. No Sítio de Pai Adão existe um Baobá com mais de cem anos com um tronco de mais de 10 metros de circunferência.
Na vila de Nossa Senhora do Ó, Ipojuca, há um Baobá com mais de 350 anos e 15 metros de circunferência. No Engenho Poço Comprido (Vicência) há dois espécimes.
Em Araripina existe um exemplar com aproximadamente 30 anos de idade.
Rio Grande do Norte
Outro estado com grande quantidade de baobás é o Rio Grande do Norte. Há exemplares em Natal, Nísia Floresta, Mossoró e nas ruínas de Pedro Velho.
Baobá do Poeta Rua São José, Natal - RN O maior baobá do Brasil em circunferência (19,5m)
Existe uma relação entre o Baobá de Natal e a obra literária de Antoine de Sant-Exupéry, diz o professor Diógenes: "No Rio Grande do Norte, credita-se a esse baobá a inspiração de Saint-Exupéry ao criar desenhos de “O Pequeno Príncipe”, livro com mais de 230 traduções em todo mundo. Algumas “coincidências” tornam a hipótese verossímil. O baobá exilado em Natal foi visitado pelo autor, quando aqui esteve, nas décadas de 20 e 30 e era hóspede da proprietária do terreno. Os desenhos por ele feitos em seu livro, como o elefante, a estrela, o vulcão, as dunas e falésias lembram o mapa e outros símbolos do Rio Grande do Norte".(Fonte Vento Nordeste) Em Açu existem onze baobás de aproximadamente quatrocentos anos e que atualmente estão em processo de tombamento histórico.
Alagoas
Em Alagoas existe um exemplar na Praça do Skate, em Maceió.
Baobá no Passeio Público, em Fortaleza.
Ceará [editar]
No Ceará, existem 4 (quatro) grandes exemplares: um na praça do Passeio Público, na cidade de Fortaleza, onde foram fuzilados alguns revolucionários da Confederação do Equador. Um no campus da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), outro no SESI da Barra do Ceará e quarto no Mini Museu Firmeza ou Firmezarte (Mondubim).
Goiás
Em Goiânia existem três Imbondeiros, todos em residências particulares, sendo um na residência do Sr.Jorge Rassi e duas no condomínio particular Aldeia do Vale.
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Mato Grosso
Nas proximidades de Cuiabá, um exemplar de Imbondeiro derivado de um exemplar existente na Praça da República (Rio de Janeiro).
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Rio de Janeiro
Um levantamento sobre os baobás no Brasil feito pelo alagoano Gilberto Vasconcelos, viveirista florestal ente 2008/2011. Ainda em 2012 continua mapeando os novos exemplares encontrados no Rio de Janeiro. Foi relatada, no mesmo ano, a existência de um Baobá na ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, RJ.
Usos e folclore
Avenida dos Baobás, em Madagascar.
Em Kimberleys, na Austrália ocidental, prisioneiros foram confinados dentro de seu tronco oco. Os aborígenes comem a sua fruta e usam as folhas como planta medicinal.
Na história O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, o menino narra que o solo de seu pequeno asteróide era infestado de sementes de baobá. Preocupado com os possíveis danos que estas plantas pudessem causar quando adultas, após completar a sua toilete matinal, dedicava-se à toilete do asteróide, arrancando regularmente os seus pequenos brotos
Outro ponto curioso é que existe uma relação entre o baobá da história e uma arvore localizada em Natal, Rio Grande Norte, o Baobá do Poeta. O autor visitou a cidade nas décadas de 20 e 30 e ficou hospedado na casa da dona do terreno onde a árvore está, acredita-se que o autor se inspirou nesse Baobá para escrever a história. Em 2009 o baobá recebeu a visita do sobrinho-neto de Saint-Exupéry, o engenheiro François D'Agray .
Por Leon Lopes/Diretor do jornal JRP