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O Globo, em editorial na sexta, 20/03, pregou que os servidores públicos dêm sua cota de sacrifício neste momento com a redução dos seus vencimentos.
Abaixo a resposta do presidente da Fenafisco.
Do Charles Alcântara, presidente da Fenafisco
*Cada um dá o que tem*
O Brasil possui 206 bilionários que, juntos, acumulam uma fortuna de mais de R$ 1,2 trilhão.
Esses 206 bilionários pagam proporcionalmente menos impostos que a classe média e os pobres.
Se o país criasse um imposto de apenas 3% por ano sobre a fortuna de R$ 1,2 trilhão, seria possível arrecadar R$ 36 bilhões anuais, valor superior ao orçamento de 1 ano de todo o programa Bolsa-Família.
A soma de toda a riqueza das famílias brasileiras é de cerca de R$ 16 trilhões de reais, estando a quase metade de toda essa riqueza - ou seja, R$ 8 trilhões - nas mãos de apenas 1 % das famílias.
Três estados do Sudeste estão no topo da lista dos mais populosos. São Paulo lidera, com 45,5 milhões de habitantes. Depois, vêm Minas Gerais, com 21 milhões de habitantes; e Rio de Janeiro, com 17,2 milhões. No Nordeste, a Bahia tem a maior população da região, com 14,8 milhões de habitantes.
Se o país taxasse o patrimônio trilionário dessas famílias em apenas 1%, seria possível arrecadar R$ 80 bilhões, o que equivale ao valor de toda a receita estimada em 2020 para o Estado de Minas Gerais, o segundo mais populoso do Brasil, com mais de 20 milhões de habitantes.
Façam as contas: R$ 36 bilhões cobrados sobre a renda dos 206 bilionários (+) R$ 80 bilhões cobrados sobre o patrimônio do 1% das famílias mais ricas (=) R$ 116 bilhões.
Esses R$ 116 bilhões a mais nos cofres públicos sequer representam sacrifício para esse punhado de bilionários, mas equivale a praticamente todo o orçamento federal da saúde.
Se chamados a contribuir um pouquinho mais com o país, garanto que nenhum desses bilionários deixaria de frequentar os melhores restaurantes do mundo, satisfazer todos os seus desejos mais extravagantes ou deslocar-se nos seus jatinhos executivos de última geração.
Os donos do jornal O Globo fazem parte dos 206 bilionários e também das famílias brasileiras que detém, juntas, um patrimônio de R$ 8 trilhões.
Em editorial publicado no jornal de sua propriedade, edição desta sexta-feira (20), a bilionária família Marinho defendeu a redução dos salários dos servidores públicos como forma de colaborar com a crise gerada pela pandemia da Covid-19.
A família Marinho não se dispõe a abrir mão de uma parcela insignificante da sua fortuna para ajudar o país, mas se acha no direito de propor que os servidores públicos sejam confiscados em seus salários.
A contribuição em termos monetários que O Globo se dispôs a oferecer ao país num momento tão dramático foi um editorial indigno, desonesto e covarde.
Cada um dá o que tem, não é mesmo?
Redação JRP. C. ALCÂNTARA
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