Em julho de 2014, uns quatro meses antes da França e do Chile assinarem seu histórico acordo para colaboração na pesquisa dos OVNIs, o fundador da National Aviation Reporting Center on Anomalou Phenomena – NARCAP apresentou um caso convincente em Paris, para a padronização dos procedimentos. No mês passado, o site da NARCAP postou um vídeo de uma fala de 25 minutos do Dr. Richard Haines, que vale a pena assistir (em inglês). “Ênfase na metodologia é essencial“, disse o cientista aposentado da NASA para sua audiência, “e deveríamos ter começado a fazer isso há vinte anos.”
Antes tarde do que nunca. a NARCAP é um santuário online onde pilotos – geralmente estadunidenses, mas nem sempre – podem reportar seus encontros em voo com o que ele chama de fenômeno aéreo não identificado (sigla em inglês, UAP), abertamente e de forma anônima, sem o receio de repercussões profissionais. Nos últimos 16 anos, a NARCAP, que conta com uma rede de pesquisadores em mais de uma dúzia de países, compilou um banco de dados com implicações sóbrias para a segurança do tráfego aéreo. Haines estressa a importância da obtenção de testemunhas para montar esses eventos da forma mais autêntica possível, ao ponto de colocar esses participantes em cabines de voo, ou se não for possível, em simuladores. Fazem parte dos protocolos a produção de croquis dos padrões de voo dos UAPs em relação às janelas e painéis de instrumentos, respaldados por seja lá qual for os dados de radares que possam existir, para o traçado de triangulação. O sistema requer que sejam feitas entrevistas separadas com pilotos, co-pilotos, controladores de tráfego aéreo quando disponíveis, e então o agrupamento das testemunhas para uma avaliação coletiva em tempo real. Esta é a “fase de validação”, onde as discrepâncias em memória, dados e percepção podem surgir.
Entre os eventos marcantes mais raros na apresentação de Haines está o do voo de 1996, de um DC-10, próximo de LAX (Aeroporto de Los Angeles), por volta das 02h00. Este evento envolveu uma configuração de luzes no formato de alteres, a qual inicialmente parecia estar em curso de colisão com a aeronave de carga. “Ele não podia acreditar em seus olhos“, disse Haines, descrevendo como o piloto reposicionou e se agarrou para o impacto. “Ele pensou que eram as luzes de pouso de outro jato, e ele tinha aproximadamente três segundo de vida; foi tão assustador assim.”
O UAP acelerou horizontalmente e nem mesmo deixou rastros no radar, o que levanta ainda outro obstáculo. “Não estou convencido de que o radar irá resolver nosso problema, devido à camuflagem eletrônica e outras preocupações“, disse Hanes. Consequentemente, as ferramentas analíticas deveriam não só meramente incluir os radares abordo e as estações de solo, mas também recursos prontamente disponíveis, tais como tecnologia de satélite e dados ambientais/meteorológicos em tempo real. “Este nível de informação não tem precedentes; nunca tivemos isto antes“, disse Hanes. “É de extremo valor na reconstrução de ventos próximos da Terra.”
“Estou sugerindo“, continuou Hanes, “que a metodologia de um ponto de vista conceitual deveria ser como a rede de um pescador. E essa deveria ser uma enorme rede para capturar muitos peixes, assim por dizer, mas o entrelaço da rede deveria ser muito pequeno… Ela deveria ser planejada de forma criativa. Ela deve incluir dados psicológicos e fisiológicos e sociológicos, bem como dados de pura ciência física – não deixe isto fora; é extremamente importante.”
Finalmente, quando se trata de transparência do governo quanto aos registros de UAPs, Hanes elogiou a França como tendo “postura mais aberta do que temos… nos EUA, e ainda estamos lutando esta batalha ladeira acima.”
Ainda assim, Haines estava otimista. “Precisamos de um resgate internacional de dados, onde possamos verdadeiramente compartilhar dados através de ligações culturais, através de fronteiras nacionais“, ele adicionou, se referindo à meia dúzia de governos sul americanos que agora estão abertamente compilando arquivos UAP. “É claro, as questões de segredo militar se tornam um problema aqui; entendemos isto. Mas há uma grande parcela de dados abertos – dados científicos abertos e livres – aos quais podemos ter acesso.”
Bem, pelo menos por agora.
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