Pastor Nascimento defende bandeira do esporte
O Pastor Nascimento é funcionário
público da Prefeitura Municipal de Natal e tornou-se, nos últimos meses, uma liderança
no cenário esportivo em Parnamirim depois de afirmar que os técnicos estão
precisando de apoio que está incomodado com os rumos do futebol
brasileiro. Apesar de sua posição contundente, foi
ovacionado pela maioria dos técnicos, mas manteve sua posição.
Discreto e implacável em suas
afirmações, o pastor resolveu falar sobre o assunto polêmico. Para ele é hora
de agir, antes que seja tarde demais. Vê com bons olhos o Movimento Bom Senso,
criado por jogadores para tentar melhorar o futebol que já foi o mais admirado
do planeta. “Todos os setores envolvidos com o futebol têm que participar, não
pode ficar restrito aos jogadores. Os treinadores também têm que abraçar a ideia,
cobrar. Afinal, é para o bem de todos. Não dá mais para ficar de braços
cruzados. E todos sabemos que não se pode esperar nada de bom por parte da CBF
e o poder público que é omisso”, declara.
O pastor tem acompanhado de perto
as discussões em torno do Movimento Bom Senso e fica irritado com a falta de
argumentos dos que tentam desmerecer ou diminuir a importância da mobilização.
“Outro dia ouvi um político tentando achincalhar o Bom Senso com o
surrado argumento de que os jogadores que estão à frente do movimento são
ex-atletas milionários. Esse tipo de declaração é bobagem. Estas pessoas se
recusam a debater, discutir, argumentar. É aquela coisa: quem só tem o martelo
como argumento acha que a solução é sempre um prego”, afirma o pastor.
A atuação, nos bastidores do Congresso, da chamada bancada da bola de
Parnamirim, tentando anistiar, sem qualquer contrapartida social, as milionárias
dívidas dos clubes, tem oposição de alguns vereadores que acham um desrespeito,
acima de tudo, com o torcedor.
“A pessoa paga suas contas, seus impostos. Quando vê que nada acontece e
que gente que não cumpriu suas obrigações é perdoada, fica se sentindo um
palhaço. É um verdadeiro absurdo”, opinou. O Pastor Nascimento ficou empolgado
com o convite para estruturar o futebol de alguns clubes potiguares, da base
aos profissionais.
“Parece que os nossos políticos estão cansados do futebol brasileiro e
de suas mazelas, sem paciência ou mesmo disposição para continuar dando murro
em ponta de faca. O desânimo aumentou depois da Copa. Também achei que o nosso
futebol mudaria seu rumo depois do escandaloso 7 a 1 sofrido para a Alemanha na
semifinal. Mas nada mudou e nem parece que vai mudar”, declara.
Trabalho a longo prazo é quase uma fantasia no Brasil. Pastor Nascimento
lembra que, por aqui, torna-se
impossível preparar uma equipe corretamente.
“Hoje, os grandes da Europa se preparam na Ásia.
Em cinco dias já estão
jogando, mas são partidas amistosas contra equipes quase amadoras. É tudo bem
feito. Aqui não há planejamento algum”, ressalta.
Pouco mais de um ano e meio depois das eleições municipais, Nascimento
continua achando que os políticos de Parnamirim estão parados no tempo. E vê o
futuro do futebol com pessimismo. Não vê como os treinadores possam evoluir
dentro do contexto do nosso futebol com entraves para incentivos e projetos
especializados na área do esporte.
“Não há incentivos para os jovens de Parnamirim e agora estamos perdendo espaço até para
outros municípios da grande Natal”, lembra o pastor.
Há várias explicações para a situação, mas, para Pastor Nascimento, a
principal mesmo é a falta de vontade dos vereadores, dos secretários e do prefeito
de Parnamirim/RN.
Além da defasagem, outro detalhe faz com que o treinador de entidades
sociais sequer seja cogitado para assumir um time de primeira divisão: a falta
de formação para poder trabalhar em Parnamirim, qualquer treinador, de
Parnamirim ou não. “A CBF organiza um
curso com 15 dias de duração e o cara sai podendo dirigir qualquer equipe. Esta
coisa de político ficar prometendo dar instrução com a mão no ombro do jogador
não funciona” alerta o pastor.
Por Leon Lopes
Fotos Leon Lopes
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