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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sandy inunda várias regiões de Manhattan e deixa parte da ilha sem energia


 (REUTERS/Keith Bedford )
Sandy inunda várias regiões de Manhattan e deixa parte da ilha sem energia



Nova York - O furacão Sandy provocou inundações em diversas áreas do sul de Manhattan na noite desta segunda-feira (29/10), com vários bairros submersos e grande parte da região sem energia elétrica.

East River e Hudson River estão com os túneis inundados por fortes ventos e pela chuva torrencial que cai na cidade, e o setor de Battery Park, ao sul de Manhattan, foi coberto pelas águas.
Fonte:ance Presse

Menina tem doença rara que atinge 1 em 1 milhão de bebês


Menina tem doença rara que atinge 1 em 1 milhão de bebês

Abbi Bennett foi diagnosticada com dois anos de idade

Uma menina britânica de quatro anos tem uma condição genética rara que a torna tão frágil que mesmo uma brisa pode derrubá-la. A pequena Abbi Bennett, de Birmingham, sofre de uma doença que gasta seus músculos e afeta apenas um em um milhão de bebês. Isso significa que, de acordo com o jornal britânico Daily Mail, mesmo que ela possa caminhar um pouco, o toque mais suave pode fazê-la cair.
Em uma ocasião, a menina estava com a mãe em um supermercado e foi "levada" por uma brisa. "Não pude acreditar quando ela caiu. Coloquei-a no chão por alguns segundos para pegar minha bolsa no carro quando veio o vento", conta a mãe, Sarah Bennett, 32 anos. Em outra vez, Abbi caiu e sangrou ao bater a cabeça no chão. "Fiquei chocada com a facilidade que ela caiu, isso a deixou com muito medo de vento por um tempo", disse.
Abbi foi diagnosticada com a condição, chamada de Distrofia Muscular Congênita de Ullrich (UCMD, na sigla em inglês), quando tinha dois anos de idade. A doença não apenas deixa a criança frágil, mas causa distrofia nas articulações das mãos e dos pés. Além disso, Abbi sofre de uma curvatura na espinha e fraqueza respiratória.
Sarah, que também é mãe de mais três meninas, disse que sabia que tinha algo errado só de observar Abbi. "Ela era muito flexível, e agora sabemos que isso é um dos sintomas da doença", conta. Outras pistas que os pais tiveram foi que a menina não conseguia "segurar" o peso do próprio corpo conforme crescia.
Em alguns anos, Abbi terá que se locomover apenas com cadeira de rodas, pois seus músculos não conseguirão mais se sustentar sozinhos. Além disso, problemas respiratórios serão constantes. "Não existe cura no momento para a condição de Abbi por que pouco se sabe sobre ela. Mas existe um 'ensaio' de tratamento da doença que será investigado", afirmou Sarah.
Fonte:Terra

Jornal: Luana Piovani diz que não ficará caída nem com 90 anos


De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, Luana Piovani é capa da revista GQ Brasil de novembro. Em entrevista, ela afirmou que não vai ficar caída nunca, nem quando chegar aos 90 anos.

Mãe de Dom, que nasceu em março deste ano, da relação com o surfista Pedro Scooby, ela disse que quer ter mais três filhos. Sensual, Luana disse também que não pensa em posar nua. Sobre as polêmicas no Twitter, disse que recebe mensagens dizendo que está gorda, ao responder, esbanja personalidade, rebatendo: "gorda, mas o seu namorado deve estar no banheiro com minha revista na mão".
Fonte:CB

Astrônomos 'caçam' Plutão para proteger espaçonave de choque


Astrônomos estão constantemente monitorando Plutão com o objetivo de obter uma maior confiança para afirmar que não haverá risco de a sonda americana New Horizons, que será enviada ao espaço em julho de 2015, se chocar com o planeta anão durante a trajetória. 
A espaçonave passará muito próxima do astro e suas luas e ainda existe uma possibilidade de sua posição interferir na viagem. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O astrônomo do Observatório Nacional do Rio de Janeiro, Roberto Vieira Martins, explica que há uma falta de confiabilidade muito grande nas efemérides do planeta. "Isso porque ninguém costuma corrigir os dados em função da refração (causada pela atmosfera)", afirma. Vieira e sua equipe monitoram Plutão para tentar executar essa correção apropriada dos dados e dar mais confiança às estimativas de posição e distância do planeta. 
São observadas as variações de brilho e sumiço temporário da estrela em que plutão passa à frente. Com isso, os pesquisadores conseguem dados importantes da dinâmica do sistema plutoniano. O trabalho, até agora, envolveu 151 noites de observação no Observatório Pico dos Dias, em Itajubá (MG), 13 noites no telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO), compreendendo um período de 17 anos.

Fonte:TERRA

Milan quer Dedé e oferece Robinho em troca com Vasco

Por Dedé, Milan oferece Robinho em troca ao Vasco
De acordo com jornal italiano, rubro-negro quer Dedé de qualquer jeito. Robinho está previsto para sair em janeiro

De acordo com o jornal italiano La Gazzetta dello Sport, o Milan tem interesse em Dedé e poderia inserir Robinho como moeda de troca na negociação com o Vasco. Segundo o diário, o atacante "tem sempre mais vontade de voltar ao Brasil, a única estrada que poderia reaproximá-lo da Seleção de Mano Menezes e da Copa do Mundo de 2014".
Segundo o periódico, apesar do desejo de Robinho, o Milan até o momento "congelou" a questão e pensará no assunto em janeiro, quando se reabre o mercado de transferências europeu, ou em junho, ao fim da temporada. 
O clube italiano analisaria a possibilidade de usar "o nome e o prestígio do atacante inserindo-o em alguma tratativa de mercado".
O jornal ressalta que o Santos tenta o retorno de Robinho, mas vê outros clubes brasileiros interessados no jogador. No caso do Vasco, que pediria pelo menos 15 milhões de euros (R$ 39,2 milhões) para liberar Dedé, o atacante poderia ser inserido como moeda de troca. O diário não especifica se a troca entre os brasileiros poderia ser simplesmente um jogador pelo outro ou se a hipótese poderia diminuir o preço pedido pelo zagueiro.
Elogiado pela Gazzetta, Dedé é definido como "um gigante e o único verdadeiro herdeiro de Thiago Silva", ex-Milan e atualmente no Paris Saint-Germain.
Robinho, por sua vez, faria parte de um projeto de "revolução" do Milan, que segundo o jornal tem a intenção de negociar ainda o atacante brasileiro Alexandre Pato e o meia ganês Kevin-Prince Boateng, querendo arrecadar R$ 131 milhões na venda dos três jogadores para reformular o elenco.
Fonte:TERRA

domingo, 28 de outubro de 2012

O Projeto Clube Escolar Paraolímpico Natal RN em Parceria com a Prefeitura Municipal de Parnamirim


NOTA PÚBLICA!


O Projeto Clube Escolar Paraolímpico Natal RN em Parceria com a Prefeitura Municipal de Parnamirim através da Secretaria de Turismo Esporte e Lazer, SADEF RN e Caixa Econômica Federal, irão promover no dia 26 de outubro  às 8h, a comemoração alusiva ao dia da Criança, que será realizada no  Clube do Akonchego em Parnamirim RN. 
Na oportunidade os paraatletas recordistas brasileiros Londres 2012 Allan Fontelles e Yohansson Oliveira estarão presentes abrilhantando o evento.

Mais informações: Vilma Farkat 8818-1712
farkatinha@yahoo.com.br


Por Valmir Júnior
Cel.(84) 8801-8070 Oi,(84) 9990-1145 Tim,(84) 9139-3343 Claro


sábado, 27 de outubro de 2012

Só quem sabe faz certo!! ..A vitória!!!



Quem vivia em Roma?

Era um orgulho dizer “sou cidadão romano”. Esse título garantia privilégios: o cidadão não pagava imposto, tinha direito de voto e de participação política. E também deveres, especialmente o de ser soldado.

 Nossas leis atuais até que são parecidas com as deles, pois se basearam nas doze tábuas no código do imperador justiniano.

 A riqueza separava os grupos sociais. Os cidadãos ricos, ou patrícios, eram os grandes donos de terras e comerciantes. Usavam três nomes desde criança: o nome próprio, do clã e o da família.

 Os pobres ou plebeus, ganhavam a vida trabalhando nas cidades como artesãos e pequenos comerciantes, ou no campo. Durante a república, todo romano trabalhava e pagava impostos.

 Na época do império o título de cidadão se estendeu a todos seus moradores, inclusive os plebeus, que começaram a viver do trigo grátis (das colônias) distribuído pelo estado.

 Deixaram de pagar impostos e seu trabalho passou a ser feito pelos escravos, na maioria prisioneiros de guerra sem qualquer direito.

 Que vida boa a dos cidadãos, NE?-sem dúvida, mas os escravos é que pagaram a farra toda.

"E o tal do turista o Advogado da violência", juntos com os traidores, os patrícios modernos e indignos com suas propostas sem fim.

São Propostas para patrícios? E o povo calejado de promessas e sonhos não realizado como fica?Será que deve acreditar nos patrícios modernos e falsários? Claro que não! Seriam enganos e infortúnios a creditar, nestes patrícios turistas que querem destruir o que construímos. 

O que eles nunca vão fazer e atender os anseios do povo... e nuca tirarão a nossa Vitória!........

O povo Votou!..  Nos que trabalham por Parnamirim...

Só quem sabe faz certo!!

Por Leon Lopes

O Irã enforcará 300 traficantes de drogas que estão no corredor da morte informou e enforca como punição , o Judiciário iraniano.

O Irã enforcará 300 traficantes de drogas que estão no corredor da morte informou e enforca como punição , o Judiciário iraniano.

 "Para 300 condenados em crimes relacionados às drogas, incluindo aqueles presos com a posse de pelo menos 30 gramas de heroína, foram emitidos vereditos de execução", disse o procurador-geral do Irã, Abbas Jafari Dolatabadi. Segundo a Anistia Internacional, o país fica atrás apenas da China no número de execuções, com pelo menos 252 pessoas executados ano passado.

 Além do tráfico de entorpecentes, também são punidos com a pena de morte os assassinatos, adultério, estupro, roubo a mão armada e apostasia (negação da religião) de acordo com a Sharia, lei muçulmana praticada desde a revolução islâmica de 1979.

 O Irã minimiza as críticas contra seu sistema judiciário, afirma estar a implementar a lei islâmica e acusa o ocidente de usar dois pesos e duas medidas.

 O tráfico e o vício em drogas são um grande problema no país, que tem uma longa e porosa fronteira com o Afeganistão, a maior fonte mundial de heroína



"Não devemos tratar os seres humanos desta forma, todos tem o direito de viver e pagar seus erros sem perde sua vida."


Por Leon Lopes



De 162 jovens internos da ex-Febem há 10 anos, 48 morreram Entre as vítimas, 41 tiveram mortes violentas


Em uma série de reportagens, Zero Hora esta mostrando o destino de 162 internos, que estiveram reunidos há 10 anos em uma das mais conturbadas casas da então Fundação Estadual do Bem-estar do Menor (Febem), hoje Fase. ZH revela o destino desse grupo de adolescentes cujos delitos os reuniram em 1º de janeiro de 2002 na Comunidade Socioeducativa (CSE).

A morte de um em cada quatro "combatentes" é o saldo da batalha pela sobrevivência nas ruas do Rio Grande do Sul de 162 adolescentes depois de passarem, em 2002, pela Comunidade Socioeducativa (CSE). Em um conflito bélico entre nações, os números já seriam dignos de um massacre.

Dos 48 mortos, 41 ( 25,3%) tiveram morte violenta. No Brasil, em 2010, entre a população jovem (15 a 24 anos), o percentual de morte violenta foi de 0,08%, segundo dados do IBGE.

A arma mais letal na guerra enfrentada pelos ex-internos foi o crack. A pedra foi o fio condutor para soterrar pelo menos 27 dos 48 mortos, arrastando para a mesma vala jovens que tentavam se regenerar com outros entregues ao crime, condenados a matar, roubar e furtar pelo resto de seus dias para sustentar o vício.

A maioria partiu cedo. Para 43 deles, a sentença de morte veio antes dos 25 anos. Uma pequena parte tombou em confrontos com a polícia ou durante ação criminosa, mas o maior número foi executado a tiros pelas mãos de desafetos, por causa de brigas, dívidas, delações, vinganças ou queimas de arquivo.

A reconstituição das vidas desses jovens revela a gênese da violência. As vítimas nasceram e morreram em ambiente hostil. Mais de 70% delas vieram ao mundo sob o estigma da adversidade. Fruto de relações conjugais conturbadas, só conheceram a mãe ou padeceram com as separações dos pais. E uma parcela significativa carrega um histórico de tragédias familiares. Cresceu chorando a perda de parentes próximos, também fulminados por mortes violentas.

Às famílias restou o pesado fardo da saudade, do sofrimento, de criar quase duas dezenas de órfãos e se resignar com a indiferença das autoridades. Dos assassinatos que exigiam investigação, em menos da metade os responsáveis foram identificados e presos.

Duas das mortes ilustram o quadro de desventura: Marcos Arruda, enterrado como indigente aos 20 anos, em 2004, sem que parentes jamais vissem o corpo. E Gilmar Machado de Souza Junior, 21 anos, que, segundo recado anônimo dado à mãe, foi esquartejado e jogado em um lixão. A família nunca fez registro na polícia.

Confira o que aconteceu com cada um destes 48 meninos:

Adriano Rodrigo Cardoso, 23

O filho da faxineira Rosângela de Jesus Cardoso começou a morrer quando estreou na Febem, em 2001, por furto. "Cada vez que o visitava, notava que meu menino estava virando homem", lembrou para ZH em 2009 a mãe de mais 11 filhos. Quando voltou para casa, passava o tempo escondendo-se da polícia. Em 29 de março de 2009, morreu ao bater de moto em um poste, em São Leopoldo, ao sair de um baile com a namorada.

Alex Sandro Vargas, 27

Experimentou maconha aos sete anos, quando já tinha fugido de casa, na Capital. Ingressou na Febem como criança ainda, aos 10 anos, como "menor exposto". Depois, como infrator, ficou na fundação até os 20 anos por furtos e assaltos. Em 2006, estrangulou um menino de sete anos. Para ZH, disse em 2009: "Tomo remédio contra as drogas. Ela só me trouxe prejuízo, fez eu roubar, matar". Morreu de broncopneumonia em 2011, enquanto cumpria pena.

Anderson Giequelin, 25



Foi preso em flagrante por PMs com outro ex-interno, em fevereiro de 2003, após o assassinato de um desafeto, na Vila Pedreira, em Esteio. Foi condenado por coautoria. Em 2008, em Carlos Barbosa, na Serra, recebeu nova pena por roubo a residência, cometido também na companhia de seu parceiro, ex-interno da fundação. Morreu em março de 2010 em tiroteio com PMs.

Antônio Ricardo Fraga da Silva, 27

Usuário de loló e maconha, aos 15 anos envolveu-se em uma briga com amigos que resultou na morte de um homem, em Viamão. Internado, foi isentado de culpa no caso, retomou a vida, mas seguiu consumindo drogas, segundo familiares. Casou-se, teve dois filhos e trabalhou em lojas de vestuário, de artigos musicais, mas demonstrava comportamento depressivo por causa da dependência. Em 13 de fevereiro de 2009, depois de uma briga familiar, cometeu suicídio.

Ariovaldo de Assis Junior, 18

Aos 14 anos, batia carteira no Centro. Nem as lágrimas pela morte do irmão, executado por comparsas, o afastaram do crime. Teve duas internações e três prestações de serviços comunitários. Em outubro de 2002, aos 18 anos, tombou a tiros no Parque Marinha. A polícia desconhece quem o matou. Deixou um filho, que repete: "O pai está no céu, mas volta".

Braulio Costa Lopes, 25

A caminho do colégio na Vila Cachorro Sentado, zona leste da Capital, o adolescente era usado por traficantes que colocavam drogas em sua mochila para entregar a viciados, recordou a mãe em 2009 ao falar com ZH. Também era levado com outros meninos ao Centro para furtar acessórios de veículos. A mãe fazia faxinas e o deixava sozinho em casa com os irmãos. Tinha 27 registros policiais como infrator. Adulto, foi preso oito vezes e condenado. Fugiu do semiaberto em outubro de 2010 e foi assassinado a tiros no mês seguinte.

Cléber Adriano Gavião Ribeiro, 24

Foi parar na Febem em 2001, já no primeiro roubo. Em 2002, quando saiu, seu pai iniciou uma luta para afastá-lo do crime: "O guri sabia trabalhar. Mas nos fins de semana se envolvia com a turma, e na segunda já estava virado", disse a ZH o empreiteiro Rui Ribeiro, em 2009. Marcado para morrer na vila em que sua família morava, uma invasão no Guajuviras, em Canoas, arriscou-se a visitar o pai em janeiro de 2008. Foi morto a tiros no portão de casa.

Clediomar dos Santos Gonçalves, 18

Conheceu a Febem como criança, aos nove anos. Depois, usuário de maconha, foi internado por furtos. Em 13 de outubro de 2004, aos 18 anos, saiu de casa para comprar cigarros e jamais voltou. O corpo foi encontrado crivado a tiros a poucas quadras de onde morava. O assassino nunca foi punido.

Denis Stoffels Molina, 26

Entre os 10 e os 12 anos, saltou do cigarro para a cocaína. Trocava a bicicleta, o videogame, tudo pelo vício. Separada, a mãe tentou driblar os infortúnios: "Ele fez esporte, escolinha de futebol, luta." Envolvido em furtos e assaltos, foi internado na Febem, de onde fugiu duas vezes. Com 19 anos participou de um motim, que lhe rendeu condenação. Ganhou liberdade em 2007, mas nunca se recuperou do trauma da internação, segundo a mãe. Em 2010, se matou.

Douglas Junior Assis da Silva, 22

Único homem entre oito irmãos, com cinco anos e 11 meses ingressou num abrigo da Febem como "menor exposto". Completou o sexto aniversário na instituição. Com 15 anos cometeu o primeiro ato infracional e foi internado. Ao sair, caiu no crack. Baleado, foi parar na Febem ao revidar. Condenado por roubos quando adulto, viveu um mês foragido até morrer baleado, em 2006. Deixou um filho. "Até que durou muito", disse Janaína, a irmã mais velha, ao contar a ZH em 2009 a trajetória do irmão.

Douglas Vidal Nunes, 21

O pátio da casa no Morro Santa Tereza, na Capital, era insuficiente para segurar Douglas, aos 10 anos. Nas fugas, sumiam fichas de ônibus, anéis e objetos da vizinhança, relatou a mãe a ZH em 2009. Aos 16, foi baleado por um policial ao tentar assaltar uma lotação. Passou um ano e meio internado até fugir. Três meses depois de completar 18, foi preso por roubo na Serra. A mãe ficou dois anos sem saber seu paradeiro. Em 2006, condenado, saiu da cadeia para visitar um ex-presidiário e acabou morto.

Douglas Vieira Amaral, 19

A maconha e o crack entraram no cotidiano de Douglas aos 15 anos. Operário, André Olmar Amaral preferia dar dinheiro para o filho comprar droga a vê-lo furtar na vizinhança, na Vila Santa Isabel, em Viamão. Douglas foi internado por homicídio motivado por dívida de tráfico. Ao sair, meteu-se com ladrões de carros. Quatro meses depois, em 2004, foi morto por PMs. "Falhei na educação. Devia ter sido mais rígido", refletiu o pai em depoimento a ZH.

Edson Rodrigo Machado Figueira, 24

O crack mandou na vida de Edson, o fez largar o colégio em Guaíba, perder o emprego, brigar com a família, assaltar a vizinhança, matar um amigo, ir preso e acabar quase como um mendigo. A ausência do pai virou sua cabeça, atestou certa vez um psicólogo. "Fumou" a cafeteira, a batedeira, o liquidificador, panelas, roupas, comida...", listou a merendeira Marlene a ZH. Em fevereiro de 2008, os presságios da mãe se confirmaram. Edson morreu com oito facadas.

Elton Marafigo, 26 anos

Com histórico de atos violentos desde adolescente, foi internado na Febem aos 17 anos, após tentar matar um desafeto dentro de um ônibus, em Caxias do Sul. Adulto, respondeu a inquéritos por porte de arma e lesão corporal e foi condenando pelo assassinato de um homem que, segundo o Ministério Público descreveu em denúncia, apenas o teria encarado, na entrada de uma casa noturna. Foi morto a tiros por desafetos.

Emerson Luis Silva da Silva, 21

Com 15 anos, tornou-se suspeito de tráfico de drogas, no bairro Restinga. Aos 16, foi acusado de homicídio e flagrado por PMs, armado. Acabou recolhido à fundação. Com 17, teria baleado um desafeto. Aos 20, foi acusado de ameaçar familiares de uma pessoa a quem havia matado. Depois, foi preso e indiciado por disparos contra o prédio da 16ª DP. Morreu em 2006, oito dias antes de completar 22 anos, baleado na frente da casa em que vivia com a mulher e dois filhos.

Everton Menscheidt da Costa Vianna, 20

A família diz que foram as más companhias que o levaram ao crime na época em que perdeu a mãe. Envolvido em roubo de veículo e em tentativa de homicídio contra PMs, acabou na Febem. Ao sair, fez telentregas para o restaurante de uma irmã. Tornou-se suspeito de atirar contra PMs. Em 2001, escapou de um atentado a tiros, mas dois anos depois foi morto, em São Leopoldo. Segundo uma irmã, sofreu uma tentativa de assalto enquanto fazia uma entrega.


Giliard da Luz Rosa, 22

Foi com tristeza que o aposentado João Jorge Rosa recordou da curta trajetória do filho caçula. Com 15 anos, matou a tiros um vizinho da mesma idade por causa de um boné. Três anos na fundação fizeram com que voltasse ainda pior. "Drogava-se desde pequeno. Fizemos de tudo para ajudar, mas não conseguimos." Teve condenações por furto. Sucumbiu à violência em 2007, morto a tiros num campo de futebol em Passo Fundo.

Gilmar Machado de Souza Junior, 21

Trocou a escola por drogas na Vila Bom Jesus. Aos oito anos, ingressou em abrigo da Febem por uso de drogas. Foi internado aos 15 por causa de roubos. Saiu pior. "Passou a usar essa maldita pedra (o crack)", recordou a mãe, Eliana. Morou sob uma das pontes do Arroio Dilúvio, onde cometia pequenos delitos. A mãe o viu pela última vez no Natal de 2008. Meses depois, recebeu um recado: "Mataram teu filho. Picaram, cortaram e enterraram no lixão". O coração dela já previa esse fim.

 
Eliana viu o filho passar a usar a "maldita pedra", o caminho mais curto para a morte de Gilmar de Souza.
Foto: Diego Vara


Israel Eduardo da Silva de Souza, 26

A notícia chegou no Dia das Mães para a vendedora de cachorro-quente Rejane Oliveira da Silva: o filho Israel, 15 anos, que estava na Febem devido a um assalto, estava com HIV. Fez curso de garçom e dava sinais de recuperação. Mas ao sair, curvou-se ao crack. Com 18 anos, envolveu-se em roubo e abuso sexual. Condenado a 10 anos, viu a saúde se esvair na cadeia. Morreu em fevereiro de 2010. "Melhor do que ser assassinado por um vagabundo", consolou-se a mãe.

Jander da Silva Lopes, 24

Com a separação dos pais, Jander sentiu-se livre para usar loló e roubar. Em um assalto, um amigo foi morto, e Jander, levado à Febem. Fez informática, desenho e artesanato até sair. Aos 20 anos, preso por roubo de carro, foi condenado. No Central, usou crack. Ao ganhar condicional, passou a gravitar em torno da pedra até março de 2009, quando foi morto por um traficante. "Era inteligente. Tinha cabeça boa, mas não soube usá-la", lamentou a mãe, Renilda, em 2009.

Leandro Silva da Silva, 21

Foram os olhos da avó que o vigiaram até os 10 anos, na zona sul da Capital. Aos 14, trabalhou em madeireira. "Meteu-se com traficante e foi vender maconha e pó", contou a irmã Viviane. Aos 17, confessou a morte em assalto do policial Nélio Vieira. Depois de dois anos e meio na fundação, voltou para casa e para o crime. Foi condenado e preso. Em 2007, estava no semiaberto em Charqueadas quando foi degolado e enterrado em uma valeta. Tinha três filhas.

Léo Batista da Silva, 25

O casamento fez Shirlei trocar Pato Branco (PR) por Esteio. Tempos depois, o marido a deixou com quatro filhos. Léo parou na 7ª série. Um dia chegou em casa assustado, com um revólver na mão. Acabara de matar um jovem. Na fundação, Léo terminou o Ensino Fundamental, fez curso de soldador, conseguiu emprego. Na rua, casado e pai de um filho, trocou tudo pelo crack, segundo a família. Em 9 de julho de 2009, fez 25 anos. Dois dias depois, foi morto na esquina de casa por dívida com o traficante.

Luciano Lopes, 20

Membro de família de 10 irmãos, sem pai desde pequeno, Luciano teve um irmão morto em briga e outro, viciado, desapareceu. Envolveu-se em furtos no mirante do Morro Santa Tereza e foi internado. Na guerra com rivais, foi ferido aos 16 anos. Adulto, respondeu a processo por homicídio. Antes da punição, em 2005, ele e a namorada, grávida aos 17 anos, morreram executados enquanto dormiam. "Criei-os com tanto sacrifício", desabafou a doméstica Maria Lopes, ao falar com ZH em 2009.

Luiz Gustavo Guimarães Santana, 20

Na escola, não passou da 3ª série. Nas ruas, aprendeu a usar loló e crack e a praticar furtos e roubos. Por conta disso, foi internado. Explosivo, não se adaptou às regras. A morte da irmã mais velha, com tiro acidental, acelerou os problemas cardíacos da mãe, que morreu. Sem a base familiar, Luiz atirou-se na pedra. Foi morar com a namorada. Antes de responder por um motim na Fase, em 2004, morreu num beco sem saída da Restinga.

Maicon da Silva Santos, 22


Morador da zona norte da Capital, foi internado por furtos e assaltos no Centro. Ao deixar a instituição, passou a viver com a namorada na Zona Sul e a trabalhar em uma cooperativa de coleta de lixo. Usuário de crack, voltou a roubar para sustentar o vício, foi preso e condenado. Nem os cultos evangélicos o purificaram. Em agosto de 2005, foi baleado nas costas enquanto assaltava. Morreu no HPS devido a edema pulmonar.

Marcelo Azevedo Oliveira, 22

Depois de 21 dias internado, Marcelo morreu vítima de broncopneumonia em uma ala para detentos do Hospital Vila Nova, na Capital, em 2004. Segundo parentes, ele sofria de problemas respiratórios que se complicaram na prisão. Envolvido em furtos e assaltos na adolescência em São Leopoldo, passou pela Febem aos 16 anos, e, aos 18, foi preso pela primeira vez. Em 2003, um ano antes de morrer, foi condenado por roubo.

Márcio Chaves, 24

Na manhã de 4 de abril de 2008, Romancilda Chaves ouviu no rádio que um jovem fora encontrado no telhado de uma loja no bairro Azenha, na Capital. A notícia não prendeu sua atenção. Deu café a nove filhos e seguiu para o trabalho de doméstica. No meio da manhã, o telefone tocou: era a polícia. Pensou que o seu filho mais velho, Márcio Chaves, o Alemão, 24 anos, tivesse sido preso novamente.

— Não poderia imaginar que o morto no telhado fosse meu filho - recordou ao falar a ZH em 2009.

A investigação mostrou que Alemão e parceiros arrombaram uma loja. Ele caiu e fraturou o crânio.

Envolvido em roubo, foi parar na então Febem, com 15 anos. Saiu transformado, segundo a mãe. Falava alto e não admitia ser contrariado. Por cinco anos envolveu-se em assaltos, arrombamentos e outros crimes:

— Em 2006, passou 42 dias no Presídio Central. Voltou para casa apavorado dizendo que nunca mais queria voltar para lá. Eu achei que iria se endireitar. Mas o susto durou pouco.

Márcio Faustino Goudinho, 18

Preocupada com o filho, que já havia sido internado por assaltos, a mãe comprou uma passagem para Márcio se refugiar de desafetos em Florianópolis. O ônibus sairia da Capital às 23h45min de 11 de março de 2003. Às 23h10min, um táxi encostou no portão. Márcio, com mochila e travesseiro nas mãos, embarcou. Da esquina surgiram quatro homens que descarregaram as armas. O jovem morreu nos braços da mãe.

Marcos André Dias, 24

Na manhã de 23 de novembro de 2008, a cena de um jovem enforcado numa árvore do bairro Feitoria, em São Leopoldo, chocou moradores. Para a polícia, foi suicídio. A cozinheira Veroni de Fátima Padilha já esperava o pior desde que o filho envolvera-se com crack. Em 2000, foi para Febem por furto. Depois, praticou assaltos, furtos e outros crimes. "A gente faz de tudo para que os filhos sejam pessoas direitas. Alguns conseguem, outros, não", resigna-se a mãe. Tinha condenação por furto.

Marcos Arruda, 20

 
Uma cova rasa e um número foram o destino de Marcos Arruda, sepultado como indigente no Cemitério da Santa Casa.
Foto: Arivaldo Chaves

Marcos entrou na Febem aos 17 anos, após roubo frustrado. Internado, aprendeu o ofício de confeiteiro, arrumou namorada, queria trabalhar em uma padaria à beira-mar de Tramandaí, mas acabou se afogando nas drogas. Voltou à fundação pelo furto de uma porta. Em uma das saídas, em 2004, foi morto. Como não carregava documentos, foi sepultado como indigente no Cemitério da Santa Casa (foto). Sete meses depois, a mãe reconheceu o corpo do filho por foto.

Marcos Giovane Braz, 20

Morava com a mãe e cinco irmãos no bairro Feitoria, em São Leopoldo. Parou os estudos na 5ª série e foi trabalhar em supermercado. Aos 16 anos, foi responsabilizado por roubo a um depósito de gás. "O ladrão era muito parecido", atestou em 2009 o pai, o pintor César Laerte Braz. Em um ano e meio de fundação, Marcos envolveu-se em brigas e motim. Ao sair, engravidou a namorada. Em julho de 2006, pai de um filho recém-nascido, morreu baleado ao sair para uma festa.

Mário Alves dos Santos, 22

Ao saber que o filho de 14 anos matara uma pessoa em assalto, a cozinheira Eloísa dos Santos fez o garoto tomar banho e jantar. Depois, chamou a BM. "Levei meu filho para a Febem. E ele entendeu, pois me amava." Ficou lá por três anos. Ao voltar ao Morro Santa Tereza, praticou crimes e retornou à fundação. Em 2005, perdeu o pai, voltou para casa, casou-se e teve filho. Em 2007, a mãe foi acordada por tiros desferidos na rua. Mário estava morto.

Michel de Almeida Lopes, 25 anos

Foi internado aos 17 anos por envolvimento em assalto a uma farmácia no bairro Santana, na Capital. Em novembro de 2002, foi baleado na perna por PMs, após se envolver em um assalto a ônibus, em Viamão. Pelo crime, foi condenado. Em 2005, nova condenação por porte ilegal de arma. Foi morto a tiros em outubro de 2009.

Pablo Giovani da silva Messa, 22

A história do guri de Alegrete, de nome fronteiriço, sofreu uma guinada aos sete anos, quando a mãe colocou ponto final no casamento e mudou-se para a Capital. "Único filho homem, era apegado ao pai", recordou ela. Pela seringa que injetava droga, contraiu HIV antes dos 14. Logo estava assaltando. Passou pela Febem, morou no Presídio Central. Mesmo fraco, teve forças para fugir do semiaberto. Casou-se, teve filho. Ao procurar socorro médico, foi recapturado e morreu no hospital.

Paulo Roberto da Silva Schuster, 21

Perder dois filhos em meio ano desnorteou o motorista Paulo Schuster: "Já se passaram tantos anos, e nunca mais me recuperei. Tive oito filhos, mas só esses dois me deram dor de cabeça. Fiz o possível para estudarem, mas depois que viraram a cabeça não teve jeito." Paulo enveredou para o crime garoto. O vício em drogas e o roubo de carros o levaram à fundação. Suspeito de homicídio, morreu ao tirotear com PMs, três dias depois de completar 21 anos.

Roberto da Rosa Ramos, 19

Envolveu-se com outros jovens em pequenos furtos e foi internado após ser pego com um revólver, aos 17 anos. De volta para casa, começou a distribuir folhetos no centro da Capital. Em 2002, apareceu morto em circunstâncias misteriosas. Um amigo disse que foi assalto.

Roberson Santos da Silva, 19

Após furtos, entradas e saídas da Febem, passou a assaltar para sustentar o vício de loló e crack. Suspeito de assassinato, Roberson sumiu da Restinga. Para se vingar dele, supostos amigos da vítima mataram a tiros Roges, 17 anos, o irmão mais novo de Roberson, em 2004. Meses depois, os matadores de Roges voltaram à Restinga para um acerto de contas definitivo com Roberson. Ele foi assassinado com cinco tiros.

Robson Araújo de Souza, 22

Rebelde, trocava bens por maconha. Ao furtar na rua, foi parar na Febem, com 14 anos. Quando ganhou licença para ver a mãe, envolveu-se em um assalto, em Taquara, e matou um advogado. Ficou internado até os 21. No domingo de Páscoa de 2005, drogado e alcoolizado, infartou após brigar com três homens.

Rodrigo Trindade Machado, 20

Criado desde os nove anos pelos quatro irmãos, em Viamão, devido à morte do pai e da mãe por complicações de saúde, sequer completou a 3ª série. Começou a furtar motos aos 15 anos. Foi condenado por furto. Em 2004, em liberdade provisória, desapareceu por 20 dias, até seu corpo ser identificado por parentes, executado.

Roger Rodrigo Machado, 19

Viciado em loló, largou os estudos aos 12 anos. Levantava a voz para a mãe e fugia de casa, na Vila Safira, na Capital. "Deu uma tapa na minha cara. Não conhecia mais meu filho", contou a mãe. Usuário de maconha e crack, aos 14 anos, Roger assaltou um ônibus. Repetiu o erro e foi internado duas vezes na fundação, onde ficou quase dois anos. Ao sair, passou a traficar. Foi preso por assalto. Em julho de 2004, foi executado enquanto dormia. Quase um ano após a morte, foi condenador por roubo.

Roque Rudinei Rocha, 18

Com a morte do marido, por câncer, restou à faxineira Justina Inês da Silva Gonçalves criar seis filhos sozinha, em São Leopoldo. Roque, 10 anos, vez por outra, desviava-se do caminho do colégio. Isso até a 5ª série, quando trocou os cadernos pela droga. Meteu-se em roubos, passou duas vezes pela Febem. Aos 18 anos, lutava contra o crack. Só saía de casa para namorar. Numa das saídas, em 13 de agosto de 2005, foi morto por um rival no namoro.

Samuel Prado da Fontoura, 23

"Separei-me e vim de Alegrete com meus dois filhos. O Samuel sentia-se rejeitado longe do pai. Não parava no colégio. Eu precisava trabalhar, fazia faxina. Quando vi, ele já cheirava cola", recordou a mãe, Irene. Segundo ela, Samuel ganhou R$ 1 mil para matar um rapaz, mas o pai do alvo se meteu na frente e acabou morto. Foi internado. Quando adulto, foi preso por assalto e condenado. Fugiu três vezes do semiaberto, mas não escapou da mira de um comparsa em 2005, quando foi morto a tiros. Tinha dois filhos.

Sílvio Luiz da Rosa, 19

Para Sílvia da Rosa, cartas e fotos são as lembranças que restaram do irmão. Os dois foram criados pela mãe em Santa Cruz do Sul. Sílvio estudou até a 5ª série. Era inteligente, mas às vezes trocava a escola pelo futebol. Aos 13 anos, os furtos o conduziram até a Febem, onde permaneceu até os 19. Acabou morto a tiros em uma briga, em 2002. "Sei que se estivesse vivo poderia estar preso, mas nenhuma mãe quer o filho morto", lamentou Maria da Rosa, ao falar a ZH em 2009.


Tiago Rodrigo Ferreira dos Santos, 18

Como uma fera que defende o filhote do predador, Vera Lúcia Mareth irrompeu o matagal perto de casa naquela noite fria de julho de 2006, e se jogou na frente do homem que apontava um revólver para o filho mais velho. Impiedoso, o bandido derrubou Vera a coronhadas, socos e pontapés e atirou na cabeça de Tiago. O sangue do filho lavou o rosto da mãe.

Vera seria a próxima vítima, mas faltou munição, e o bandido fugiu. Quase sem enxergar, rastejando no escuro, Vera tirou o filho, agonizante, de dentro de uma valeta.

— Caminhei uns 15 minutos de quatro pés, com ele na garupa, gritando por socorro. Perdi a voz de tanto berrar. Quando acharam a gente, já era tarde — contou a ZH em 2009.

Terminava assim a luta de Vera pelo filho. Grávida, capinou pátios e faxinou casas para dar de comer a Tiago. Anos mais tarde, gastou o que tinha para livrá-lo da droga. Chegou a dar-lhe dinheiro para comprar droga e afastá-lo do crime.

A sina de Tiago remonta aos quatro anos, com a perda do pai, assassinado por um familiar, e a troca de Ronda Alta, no Norte, pela periferia violenta de São Leopoldo, no Vale do Sinos. Tiago estudou até a 3ª série. Brigou com a diretora e ameaçou atear fogo na escola. Aos 12 anos, entrou em uma fazenda de recuperação de drogados fumando maconha e saiu cheirando cocaína.

— Foi o mesmo que queimar dinheiro. Dava para comprar uma boa casa - lamentou a mãe.

Por causa de furto e roubo, passou dois anos na fundação. Livre, viveu só sete meses:

— O Tiago se foi, mas deixou exemplo para irmãos menores, mostrando o caminho que não deve ser seguido. Eles não gostam de baile, não fumam, ficam em casa vendo filme, jogando videogame, pingue-pongue.

Tiago foi morto, segundo a mãe, por causa de um desentendimento envolvendo uma garota. O matador estaria com ciúme da namorada, amiga de Tiago. O criminoso foi preso.

Vanderlei Mercedes de Quadros, 22

A agressividade foi o primeiro sinal de que algo mudava na vida de Vanderlei, oriundo de uma família de 12 filhos de Palmeira das Missões. Com 11 anos, ele mudou-se para São Leopoldo com a mãe e irmãos, todos criados sem pai. Ia à escola, mas aos 15 virou suspeito de estupro e ingressou na Febem. Já adulto, foi condenado por roubo e virou foragido. Em 2006, antigos comparsas o procuraram em casa. Ele saiu e, durante a conversa, foi atingido por mais de 20 tiros.

Vanderson da Silva Machado, 20

Maurício e Vanderson cresceram obcecados pela ideia de vingar o pai, morto por engano. Longe dos olhos da mãe, perderam o rumo em vielas da Zona Norte. Maurício roubou a arma de um policial, foi para Febem, saiu. Vanderson passou pela instituição por assaltos. Adulto, roubou e foi condenado. Fugiu. Em 2005, entrou num carro pensando que iria a uma festa. Era uma emboscada. Foi morto a tiros, aos 17 anos.

Fernando Charles Behm, 25

Quando soube que Fernando tinha fugido do semiaberto, a professora aposentada sentiu um aperto no peito. Fernando Charles Behm, 25 anos, dizia que para o regime fechado "nunca mais ia voltar". A mãe, que prefere manter-se no anonimato, tentou encontrá-lo, mas não conseguiu.

Em 1º de setembro de 2009, 50 dias após a fuga, Fernando foi morto em confronto com PMs, depois de paralisar a cidade da sua infância, Boqueirão do Leão, no Vale do Rio Pardo, e assaltar três bancos com ajuda de 10 comparsas.

— Se eu falasse com ele, isso não tinha acontecido - lamentou a mulher em entrevista a ZH em 2009.

A morte encerrou uma década de sofrimento pelo filho que, batizado com nome de príncipe, tornou-se um destemido criminoso. Aos 15 anos, Fernando desistiu dos cadernos e provou maconha. Em madrugadas insones em Santa Cruz do Sul, a mãe, separada e com cinco filhos para criar, rodava de táxi à procura dele.

Ele estreou no crime ao arrombar uma loja. Evoluiu para assaltos armado de pistola:

— Ele sempre negava. Dizia: "mãe, acredita em mim, são os outros". Na minha frente era íntegro, a pessoa mais doce do mundo e com um jeito que me convencia.

A realidade ficou clara em uma noite em que ela chegava a uma escola e policiais tomavam a rua à caça do filho dela:

— Falaram: "estão atrás do Beiço". Eu nem sabia o apelido. Para os de casa, era o Nando.

O episódio virou a cabeça da professora. O filho caçula chegava todos os dias chorando do colégio. Queriam lhe tirar a mochila, os tênis, porque tinha um irmão ladrão:

- Eu educava os filhos dos outros, e olha o que estava acontecendo com os meus.

Fernando passou dois anos na fundação. Com 18 anos, foi preso por assalto. Em 2003, fugiu do regime aberto, dando início à carreira de assaltante que o levou à morte.

O último encontro da professora com o filho foi no Dia das Mães de 2009, antes de ele fugir da prisão e morrer em confronto com a polícia:

— Me recebeu com um churrasco. Ouço a voz dele todos os dias. 

Lialisson Silva da Silva, 21 anos

"Mãe, eu te peço perdão, machuquei demais o seu coração. Aqui nesse lugar eu refleti melhor, pois, sem você, eu me sinto só", diz a música que ecoa da casa de Isaura, na Capital.

A voz do filho dela, Lialisson Silva da Silva, está lá no CD gravado dentro da Febem. Ele não está. Tombou com dois tiros na cabeça, morto aos 21 anos, depois de nascer quatro vezes.

Ele veio ao mundo em 22 de maio de 1982, como Alexsandro, gêmeo de uma irmã e filho de uma mãe que não os queria. Por quatro meses, perambulou em casas de vizinhos, no Morro Santana, até que a mãe biológica avisou: "Se ninguém quiser ele, vou jogá-lo no lixo".

Isaura quis. O pequeno Alexsandro começava a nascer pela segunda vez.

Era tão desnutrido e doente, que o médico avisou Isaura sobre os perigos de ter uma criança que não existia legalmente no mundo: "Deixa ele aqui. Ele vai morrer e tu vai te incomodar".

Ela bateu pé. Pediu os remédios e só voltou ao hospital três meses depois carregando um menino que nascia pela terceira vez, com 800 gramas a mais.

Em 13 de dezembro de 1982, Isaura e o marido, Eurico, registraram o bebê como filho natural do casal. Alexsandro se tornava Lialisson, nome em homenagem a um ator. Era o quarto e último nascimento do menino, cuja pele e cabelos claros destoavam da família adotiva.

Ao sete anos, a diferença de cor o incomodava tanto (a família adotiva era parda), que os pais contaram sobre a adoção. Conheceu a mãe biológica e a irmã gêmea (morta aos 16 anos).

Aos 11, fugiu de casa. Com 13, optou pelas drogas. Só aparecia quando tinha fome, frio. Com 17, matou a tiros um homem. Internado, disse que não tinha família.

— Ele fazia isso para nos proteger das coisas ruins - disse Isaura a ZH em 2010.

Nas avaliações dentro da fundação, não demonstrava arrependimento pelo crime e apresentava "sentimento de abandono e rejeição". Fez curso de informática e de música, gravou um CD, engravidou a namorada e escreveu ao juiz da infância sobre a intenção de mudar. Fugiu logo depois. Cometia crimes para sustentar o vício, segundo a mãe.

— Me avisaram que ele estava jurado de morte. Quando falei, ele disse saber que isso aconteceria, pois tinha feito por merecer.

A sentença se confirmou em janeiro de 2004, quando foi morto por um parceiro de assaltos.

— Não vi recuperação no tempo que ele ficou na Febem. Quando a saudade aperta, eu ligo esse CD - consola-se a mulher que desconhece o paradeiro da neta, filha de Lialisson.


 
Lialisson na quadra de esportes, durante internação na Fase.
Fotos: Arquivo Pessoal

Fonte:ZH/Adriana Irion e José Luís Costa