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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Artefato que feriu cinegrafista foi lançado por manifestantes, diz polícia



Em entrevista coletiva, na chefia de Polícia Civil, o delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão), disse ter convicção de que o artefato que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, na noite desta quinta-feira, no Centro do Rio, não foi jogado pela Polícia, mas sim por manifestantes. 
O policial acredita que imagens das câmeras da Prefeitura, do Exército, da SuperVia e do próprio cinegrafista podem ajudar a identificar o autor do crime. 
Já o técnico do Esquadrão Anti-bombas da Core, Elington Cacella, explicou que o artefato que feriu Santiago tem o nome de rojão de vara ou rojão treme-treme e tem 60 gramas de explosivo. Este tipo de artefato, segundo ele, é vendido nas casas de fogos e apreendido com frequência nas manifestações.


Cinegrafista da Band ficou gravemente ferido após explosão de artefato
Cinegrafista da Band ficou gravemente ferido após explosão de artefato
As investigações sobre o artefato explosivo que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade seguem duas linhas periciais, além dos depoimentos das testemunhas, disse o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso. Santiago está internado, em estado grave, no Hospital Souza Aguiar, aonde chegou com afundamento de crânio e passou por uma cirurgia durante a madrugada.
Os peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) receberão todas as imagens coletadas pela polícia, inclusive as feitas por emissoras de televisão, para tentar elaborar um desenho em que conste o local exato onde estava o cinegrafista e a possível trajetória que o artefato fez antes de atingi-lo.
entenas de pessoas participaram ontem de mais uma manifestação contra o reajuste nas tarifas de ônibus no Rio de Janeiro, que passarão de R$ 2,75 para R$ 3 neste sábado (9). Os manifestantes entraram no prédio da Central do Brasil no início da noite e houve confronto com a polícia no terminal de trens e nos arredores.
Na noite de ontem, dirigentes do sindicato estiveram no hospital Souza Aguiar, acompanhando o caso. A informação é que ele foi atingido no ouvido e nuca e chegou à unidade com afundamento de crânio. Além de Andrade, mais seis pessoas foram levadas para o hospital depois do protesto contra o aumento da passagem de ônibus.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu nota ontem repudiando o ataque e confirmou que este é o terceiro jornalista ferido em manifestações em 2014. Em São Paulo, o repórter Sebastião Moreira, da Agência EFE, foi agredido por policiais militares e o freelancer Paulo Alexandre sofreu agressões de guardas civis, em janeiro.
Em nota publicada na internet, o Grupo Bandeirantes de Comunicação disse que acompanha a evolução do quadro do jornalista, com parentes dele no hospital, e que registrou o caso na 5º Delegacia de Polícia.
Este é o segundo caso de repórter cinematográfico da Band atingido durante conflitos, no Rio. Em 2011, Gelson Domingos morreu vítima de um tiro de fuzil. À época, o sindicato dos jornalistas responsabilizou a emissora por não fornecer equipamentos de segurança aos seus profissionais.

JB

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