A atuação policial vista nas manifestações de junho do ano passado voltou a assustar os cariocas, durante manifestação contra reajuste de passagens na Central do Brasil nesta quinta-feira (06/02). O local está com marcas de sangue, alguns ficaram feridos e quase todas as catracas foram quebradas. Os policiais do Batalhão de Choque utilizaram bombas de gás e efeito moral.
Um cinegrafista da Band foi atingido por estilhaços e está hospitalizado. Uma mulher ferida foi levada pelo Corpo de Bombeiros. Relatos em redes sociais indicavam o desespero e, de acordo com um jovem que estava presente, policiais chegavam a "bater" até em mães com crianças no colo. Até as 20h, o clima ainda estava tenso.
Relatos dão conta de agressão por parte até dos funcionários da SuperVia, após arremesso de bombas de efeito moral dentro da estação. No final desta noite, bombeiros ainda tentavam apagar focos de incêndio perto da Central do Brasil. Duas pessoas teriam sido detidas.
O protesto teve início de forma pacífica, na Candelária, em torno das 17h, e seguiu para a estação de trem, onde teve início o confronto entre policiais e manifestantes. Devido à confusão, os trens de todos os ramais circulavam só até a Estação de São Cristóvão.
Por volta das 19h30, os portões da estação Central do Brasil foram fechados para o controle de fluxo de pessoas no local, em função da realização de manifestação no local. Mais cedo, a concessionária solicitou reforço do 17º Batalhão de Polícia para garantir a segurança dos passageiros. A SuperVia informa que a circulação de todos os ramais segue normal nesta noite e que reforçou a equipe de atendimento aos passageiros, que a todo o momento foram informados pela situação por meio do áudio dos trens e das estações.
Já o Metrô informou que, devido às manifestações, a companhia iria manter os intervalos de horário de pico pelas próximas horas. A Concessionária também disse que ofertou mais trens no sistema para atender a demanda. Este procedimento será mantido até quando for necessário. O MetrôRio sugere aos usuários, que normalmente desembarcam em Central, com destino à Supervia, para desembarcarem em São Cristóvão ou Triagem para realizarem a transferência para outro modal.
O grupo protestava contra o aumento da passagem de ônibus. As tarifas vão passar de R$ 2,75 para R$ 3 a partir do próximo dia 8, conforme anunciado pela prefeitura. Do lado de fora, manifestantes atearam fogo em pilhas de lixo no meio da rua. Dentro da estação, os manifestantes pediam que os passageiros pulassem as roletas, mas no final da noite a própria SuperVia já havia liberado o acesso.
Os manifestantes tentaram chegar na plataforma de embarque, quando foram impedidos pela polícia. As lojas que funcionavam na central fecharam as portas.
JB
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