PARNAMIRIM/RN : É TOMADA PELA LAMA!
Mais da metade da população brasileira não tem rede de
tratamento de esgoto em casa. Este é só um dos dados de um estudo divulgado,
nesta sexta feira (27), sobre a situação do saneamento básico, nas 100 maiores
cidades do país.
“Aqui desce todos os resíduos. É insuportável o cheiro,
dá muita mosca, muitos insetos”, diz uma moradora.
Parnamirim é a terceira maior cidade do Rio
Grande do Norte, com mais de 210 mil habitantes. Em saneamento básico, é a pior
entre as 100 maiores do país.
O ranking no Brasil leva em conta itens
como distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto, e é baseado nos
últimos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Em todos os
quesitos os índices de Parnamirim/RN são
uma calamidade.
Quase metade da população não tem água
encanada. Rede esgoto praticamente não existe, e os 8% coletados vão assim
mesmo pros rios. O município não trata nem um único litro de esgoto.
Um conjunto habitacional foi planejado,
construído pelo poder público. Então foi feito uma rede coletora de esgoto que
passa embaixo do asfalto. Não tem esgoto a céu aberto.
E o planejamento parece não existir. Todo
o esgoto coletado no conjunto habitacional, acaba jogado assim a céu aberto. O
descaso deixa cicatrizes.
Parnamirim é o extremo, mas não um caso
isolado. Apenas metade dos brasileiros tem coleta. E só 38% do esgoto são
tratados.
Os melhores exemplos estão concentrados em
São Paulo, Paraná e Minas. A melhor cidade entre as 100 maiores é Uberlândia,
que tem praticamente todos os moradores com acesso a água tratada e coleta de
esgoto.
Quando o saneamento falta, o reflexo é
imediato na saúde, principalmente das crianças.
“De cem crianças que a gente cuida, então
uma medida de 42 a 60% que tem esse problema de diarreia”, afirma a coordenadora de assistente social da Associação de Apóio as Crianças em Parnamirim,
Ewanuelly de Mendes.
“Cada real que nós deixamos de investir em
saneamento básico leva a um prejuízo 10 vezes maior em custos de saúde pública
e de tratamento de doenças”, relatam os médicos infectologistas.
Menos da metade da população tem coleta, os números são
piores. Apenas 36% dos moradores são atendidos com rede coletora.
“Normalmente a gente pensa na luz, na
água, telefone, internet, mas saneamento é uma coisa que a gente não vê, não se
vê então não preocupa só quando tem o cheiro tu pensas, puxa vida tem alguma
coisa errada”, conta a moradora Adriana da silva.
E já faz algum tempo que o cheiro bateu a porta
dos moradores.
O sistema de
fossas usado na cidade não da mais conta de uma população que passou dos 210
mil habitantes. E o esgoto vai para rede de água da chuva ou direto para os
rios.
“Isso aqui é esgoto porque você pode ver
que aqui na Escola e em todas as casas desce
esgoto. Não tem saneamento, um lugar próprio né, que vai”, disse o morador Carlos de Paula.
Parnamirim é uma cidade muito suscetível a
alagamentos. A chuva inclusive já deixou marcas profundas na história recente
da cidade. E é justamente nesses momentos que os 30 milhões de litros de esgoto despejados nos
afluentes e no rio voltam para
perto da população.
Sem saneamento, a história se repete. Parnamirim
tem quase três vezes mais internações por diarreia do que as cidades mais bem
colocadas no ranking.
Na última matéria, em 17/12/20113, a equipe de
reportagem Jornal JRP mostrou o drama de moradores de Parnamirim ,
nos bairros . Eles reclamaram que as obras do Saneamento Básico é mal feita,
não funciona correto e estar fora dos padrões, tem provocado obstruções
e alagamentos em dias de chuva, além de proporcionar a ocorrência de mosquitos
causadores da dengue.
“No ritmo de hoje talvez a gestão não
consiga resolver o problema , portanto nossos netos continuarão discutindo
saneamento básico.
“Não cabe mais em Parnamirim e no Brasil de hoje, ter uma infraestrutura
básica tão atrasada”,
Da Redação