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sábado, 7 de dezembro de 2013

Juros da dívida pública voltam aos níveis da crise internacional

Juros da dívida pública voltam aos níveis da crise internacionalInvestidores alegam que as manobras fiscais, comandadas pelo secretário do Tesouro, podem empurrar o Brasil para um quadro perigoso e derrubar ainda mais o crescimento do PIB

Victor Martins
Publicação: 07/12/2013 08:00 Atualização:

Augustin desdenha dos críticos e diz que finanças do país estão bem (Fabio Pozzembom/ABr - 15/4/13)
Augustin desdenha dos críticos e diz que finanças do país estão bem


A desconfiança em torno do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, e da condução da política fiscal, tem imposto uma fatura pesada ao país. O mercado, mergulhado em incertezas, passou a exigir juros cada vez maiores para financiar os gastos do Estado, encargos que cresceram quase 100% ao longo do ano e impulsionaram a dívida pública bruta.

Os defensores de Augustin, a exemplo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, alegam que o custo do Tesouro para emitir dívida subiu, entre outros motivos, por causa da taxa básica da economia (Selic), que passou de 7,25%, em abril, para 10% ao ano, em novembro. Mas tal comparação coloca em dúvida a defesa do secretário. Enquanto a Selic subiu 37,9%, os juros pagos pelos títulos públicos classificados como NTN-B, com vencimento em 2022, cresceram quase três vezes mais, 90,8% — de 3,27% para 6,24% anuais além da inflação.

Nem mesmo no auge da crise financeira, em 2009, com o mundo avesso ao risco, houve movimento tão drástico. Na época, a taxa de um título com perfil semelhante, a NTN-B com vencimento em 2017, teve alta de 28,9% — passou de 7,33% para 8,77% ao ano. Ou seja, além da elevação da Selic pelo BC, os investidores que financiam o Brasil estão exigindo um prêmio de risco maior para encarar as incertezas em relação à política econômica, sobretudo os truques fiscais comandados por Augustin.

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