Passado
o período de quebra-quebra, obras e reformas, seu lar finalmente está
pronto. Paredes pintadas, móveis no lugar até surgir a primeira dúvida
depois de tudo parecer, finalmente, organizado. O que colocar nas
paredes? Aquela tela de flores de autoria da vovó? Uma reprodução de
Picasso do Museu do Louvre? Uma lista de opções passa pela cabeça, mas
há quem conte, nesse momento, com a ajuda de um arquiteto ou de um
curador de arte de ambientes — profissão ainda nova — para escolher o
que vai imprimir seu estilo na casa.
Nos projetos da arquiteta Julieta Rodrigues, só vale comprar uma obra de arte se houver identificação do cliente com a peça. “Mostramos opções de obras para ver se o cliente se identifica, indicamos galerias ou mostramos algumas obras, gravuras e fotografias. O que fazemos, de fato, é aconselhá-lo a obter opções que conversem com o espaço onde ele pretende colocar um quadro”, explica.
No ambiente que Julieta e a designer de interiores Soraya Brixi criaram para a mostra Morar Mais por Menos — aberta para visitação até 3 de dezembro —, o público se encanta com as esculturas de Omar Franco e Ricardo Stumm, além da fotografia de Clausem Bonifácio (detalhe de um monumento em Buenos Aires). “Fizemos um projeto monocromático — cinza e preto — e deixamos as cores das esculturas e da foto como destaque. Quando visitam nosso ambiente, as pessoas se dão conta de como uma obra valoriza o espaço”, observa Julieta.
No entanto, ainda é comum a falta de conhecimento sobre arte entre arquitetos e clientes. Acredita-se que toda e qualquer peça necessariamente seja muito cara. Para derrubar essa crença, o curador de arte de ambientes Maurício Lima, que trabalha em parceria com arquitetos, mostra que é possível investir em obras significativas no cenário das artes plásticas sem causar rombos no orçamento. “Se não der para comprar uma tela ou uma gravura, é possível adquirir uma representação de alguma obra em museus ou galerias”, aconselha. É do curador os ambientes assinados, separadamente, pelas arquitetas Renata Dutra e Juliana Santana na Morar mais por Menos.
Para que a cozinha criada por Renata tivesse nas paredes um quê contemporâneo e regional, Maurício Lima trouxe do próprio acervo um quadro de Fernando Veloso, outros dois de Luiz Costa, artista residente em Brasília, além de uma obra feita por três gerações de bordadeiras da família Dumont, cujas raízes são de Minas Gerais. “O que observamos é que há uma supervalorização na escolha dos móveis, com os quais se gasta muito, mas, daqui a algum tempo, aquele sofá ou mesa de jantar caríssimos estarão desvalorizados. Enquanto um quadro, escultura, fotografia ou gravura de valor artístico, não. Pelo contrário, a obra pode vir a ser herança de família, um investimento”, pondera.
A arquiteta Gislaine Garonce concorda. Nos projetos que assina, indica aos clientes peças que não perderão o valor com o passar dos anos. “A obra que entra na decoração é um investimento. Não é algo que amanhã será retirado.” Por apresentar essa durabilidade, a arquiteta costuma conversar com o cliente sobre a paciência necessária para encontrar uma obra que esteja em harmonia com o espaço e que, ao mesmo tempo, o encante. O quadro de Fernando Lucchesi, escolhido pela cliente da arquiteta, foi comprado depois de o espaço ficar pronto. “Ela queria colocar um quadro de peso, não qualquer coisa. Quando ela conseguiu economizar, fez o investimento. A tela casa bem com a mistura de clássico e contemporâneo do espaço”, diz Gislaine.
Se mesmo assim houver dúvidas sobre o que vai decorar sua casa e que tenha um valor cultural, vale apreciar o espaço vazio e ficar de olho em galerias, feiras em praças ou museus para, quem sabe, encontrar ao acaso aquela obra de arte que deverá trazer às paredes da sua casa história e informação cultural e estética. “É possível comprar obras muito bacanas de artistas plásticos ainda não conhecidos”, Julieta Rodrigues dá a dica. Ou seja, nada de afobação. “Tem arte para todos os bolsos”, acrescenta a arquiteta.
Nos projetos da arquiteta Julieta Rodrigues, só vale comprar uma obra de arte se houver identificação do cliente com a peça. “Mostramos opções de obras para ver se o cliente se identifica, indicamos galerias ou mostramos algumas obras, gravuras e fotografias. O que fazemos, de fato, é aconselhá-lo a obter opções que conversem com o espaço onde ele pretende colocar um quadro”, explica.
No ambiente que Julieta e a designer de interiores Soraya Brixi criaram para a mostra Morar Mais por Menos — aberta para visitação até 3 de dezembro —, o público se encanta com as esculturas de Omar Franco e Ricardo Stumm, além da fotografia de Clausem Bonifácio (detalhe de um monumento em Buenos Aires). “Fizemos um projeto monocromático — cinza e preto — e deixamos as cores das esculturas e da foto como destaque. Quando visitam nosso ambiente, as pessoas se dão conta de como uma obra valoriza o espaço”, observa Julieta.
No entanto, ainda é comum a falta de conhecimento sobre arte entre arquitetos e clientes. Acredita-se que toda e qualquer peça necessariamente seja muito cara. Para derrubar essa crença, o curador de arte de ambientes Maurício Lima, que trabalha em parceria com arquitetos, mostra que é possível investir em obras significativas no cenário das artes plásticas sem causar rombos no orçamento. “Se não der para comprar uma tela ou uma gravura, é possível adquirir uma representação de alguma obra em museus ou galerias”, aconselha. É do curador os ambientes assinados, separadamente, pelas arquitetas Renata Dutra e Juliana Santana na Morar mais por Menos.
Para que a cozinha criada por Renata tivesse nas paredes um quê contemporâneo e regional, Maurício Lima trouxe do próprio acervo um quadro de Fernando Veloso, outros dois de Luiz Costa, artista residente em Brasília, além de uma obra feita por três gerações de bordadeiras da família Dumont, cujas raízes são de Minas Gerais. “O que observamos é que há uma supervalorização na escolha dos móveis, com os quais se gasta muito, mas, daqui a algum tempo, aquele sofá ou mesa de jantar caríssimos estarão desvalorizados. Enquanto um quadro, escultura, fotografia ou gravura de valor artístico, não. Pelo contrário, a obra pode vir a ser herança de família, um investimento”, pondera.
A arquiteta Gislaine Garonce concorda. Nos projetos que assina, indica aos clientes peças que não perderão o valor com o passar dos anos. “A obra que entra na decoração é um investimento. Não é algo que amanhã será retirado.” Por apresentar essa durabilidade, a arquiteta costuma conversar com o cliente sobre a paciência necessária para encontrar uma obra que esteja em harmonia com o espaço e que, ao mesmo tempo, o encante. O quadro de Fernando Lucchesi, escolhido pela cliente da arquiteta, foi comprado depois de o espaço ficar pronto. “Ela queria colocar um quadro de peso, não qualquer coisa. Quando ela conseguiu economizar, fez o investimento. A tela casa bem com a mistura de clássico e contemporâneo do espaço”, diz Gislaine.
Se mesmo assim houver dúvidas sobre o que vai decorar sua casa e que tenha um valor cultural, vale apreciar o espaço vazio e ficar de olho em galerias, feiras em praças ou museus para, quem sabe, encontrar ao acaso aquela obra de arte que deverá trazer às paredes da sua casa história e informação cultural e estética. “É possível comprar obras muito bacanas de artistas plásticos ainda não conhecidos”, Julieta Rodrigues dá a dica. Ou seja, nada de afobação. “Tem arte para todos os bolsos”, acrescenta a arquiteta.
Dica na rede
Blogueira antenada às tendências do design de
interiores, Mirella Luiggi, do Casa de Firulas, acredita que é possível
incluir obras de artistas em casa sem ficar com a conta negativa. Uma
dica preciosa é, segundo a blogueira, ficar atento a galerias de artes
menores. “Nelas, sempre têm obras de novos artistas a um custo acessível
para quem está disposto a se iniciar nesse mundo.” Outra opção, sugere,
são as gravuras. “Ótima pedida, pois, por serem seriadas, costumam ter
bons preços.”
Agora, se a ideia é gastar bem pouco, a blogueira aconselha: compre posters! “Fuja das obras mais conhecidas, comuns em consultórios e escritórios.” Se ainda estiver indeciso, reflita: só vale a pena comprar uma obra que realmente admire. “Não importa quem fez ou quanto vale. O que importa é o que você sente quando olha para ela na parede da sua casa. Seja um original ou uma réplica”, arremata.
Maria Júlia Lledó - Correio Braziliense
Agora, se a ideia é gastar bem pouco, a blogueira aconselha: compre posters! “Fuja das obras mais conhecidas, comuns em consultórios e escritórios.” Se ainda estiver indeciso, reflita: só vale a pena comprar uma obra que realmente admire. “Não importa quem fez ou quanto vale. O que importa é o que você sente quando olha para ela na parede da sua casa. Seja um original ou uma réplica”, arremata.
Maria Júlia Lledó - Correio Braziliense