Pesquisar o SITE

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Número de imigrantes mortos em naufrágio na Itália sobe para 93

Entre os mortos, há quatro crianças. Mais de 250 pessoas continuam desaparecidas

Agência Brasil
Publicação: 03/10/2013 10:31 Atualização: 03/10/2013 10:47

Número de imigrantes mortos em naufrágio na Itália sobe para 93

Barcos da guarda costeira patrulhar a área onde ocorreu o naufrágio, na ilha de Lampedusa  (Enza Billeci/Reuters)
Barcos da guarda costeira patrulhar a área onde ocorreu o naufrágio, na ilha de Lampedusa

Roma -
 Pelo menos 93 imigrantes ilegais morreram quando a embarcação em que viajavam naufragou ao tentar chegar à ilha italiana de Lampedusa, no sul da Sicília, na Itália, segundo novo balanço divulgado nesta quinta-feira (3/10) pelas equipes de resgate. Até então, o balanço das autoridades contabilizava 82 mortos. Entre os mortos, há quatro crianças. Mais de 250 pessoas continuam desaparecidas. Na embarcação viajavam cerca de 500 pessoas.
Sacos para corpos contendo imigrantes africanos, que se afogaram tentando chegar às costas italianas, encontram-se no porto de Lampedusa (Nino Randazzo/Reuters)
Sacos para corpos contendo imigrantes africanos, que se afogaram tentando chegar às costas italianas, encontram-se no porto de Lampedusa


A governadora de Lampedusa, Giusi Nicolini, admitiu, no entanto, que a ilha não tem a infraestrutura necessária para abrigar os sobreviventes e os vários corpos retirados do mar. Nicolini informou que os cadáveres estão armazenados em um cais da ilha, enquanto outras soluções estão sendo analisadas, como o uso de um hangar do aeroporto. O centro de acolhimento de imigrantes de Lampedusa enfrenta, neste momento, uma situação dramática. O centro tem uma capacidade para cerca de 700 pessoas e abriga 1.350 pessoas. “É um horror. Não param de chegar barcos e mortos. Os meios de comunicação social têm de ver isto. É impressionante”, disse a governadora, que denuncia há vários meses a “negligência” das instituições europeias sobre o assunto.


“Basta. O que se passa em Lampedusa é um horror contínuo”, reforçou Nicolini, que explicou que os sobreviventes contaram que estavam há várias horas em alto-mar e que não conseguiam pedir ajuda, quando decidiram acender uma fogueira para serem localizados. O barco pegou fogo e muitos passageiros pularam no mar antes de a embarcação virar. Lampedusa, a 205 quilômetros (km) a sul da Sicília, situa-se a 113 km da Costa africana, sendo possível alcançar a ilha após quatro ou três dias de navegação. O papa Francisco escolheu a ilha, considerada a porta da Europa para milhares de imigrantes africanos, para realizar a primeira visita na Itália, em julho.

Hoje, no Vaticano, o papa qualificou de “vergonha” esse novo acidente em Lampedusa, pedindo a todos os fiéis que rezem pelas vítimas e por todos os refugiados do mundo. “Não posso não deixar de mencionar as numerosas vítimas deste naufrágio. A palavra que me vem à cabeça é vergonha”, disse o pontífice no fim de um discurso no Conselho Pontifício de Justiça e Paz. “Oremos a Deus por aqueles que perderam a vida, homens, mulheres e crianças. Oremos a Deus pelas suas famílias e por todos os refugiados. Só uma cooperação determinada pode evitar tais tragédias”, acrescentou. Algumas horas depois do acidente, o papa também escreveu, em nove idiomas, uma mensagem na rede social Twitter: “Vamos rezar pelas vítimas deste trágico naufrágio em Lampedusa”.

CB

Nenhum comentário:

Postar um comentário