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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Propostas para o Governo 2015-2018 Livro é de autoria de Fábio Giambiagi e Claudio Porto

Falta um ano para o 1º turno das eleições presidenciais.  2014 ainda é uma página em branco, contudo, a agenda de desenvolvimento focada em questões econômicas  a ser enfrentada pelos governantes já começa a ser escrita. Com uma coleção de 24 análises e sugestões de políticas públicas, o livro "Propostas para  o Governo 2015-2018 – Agenda para um País Próspero e Competitivo" (editora Elsevier) será lançado  dia 29 de outubro, no Rio. A obra, organizada pelos economistas Fábio Giambiagi (BNDES) e Claudio Porto (consultoria Macroplan),  traz textos de 40 especialistas que apontam caminhos para  um crescimento da economia - em um conceito mais abrangente, combinando critérios econômicos, sociais, ambientais e institucionais – em ritmo sustentado.
O livro parte das evidências históricas que  comprovam que entre 2003 e 2012 o país desfrutou anos de acúmulos de melhorias, consolidando a estabilidade, reduzindo passivos macroeconômicos, melhorando a distribuição de renda e acelerando o crescimento. Entretanto, questões como  baixas taxas de investimento e poupança doméstica, investimento público insuficiente,  forte crescimento do gasto de custeio público, elevada carga tributária e crescimento do produto potencial inferior às necessidades de crescimento mais intenso  evidenciam que o País fez menos que o mínimo necessário para se preparar para uma melhor inserção em um  mundo crescentemente competitivo. “Há um evidente risco de esgotamento do ciclo de crescimento iniciado em 2004”, alertam os organizadores da obra, apontando entre os sinais que evidenciam  fortes sinais de gargalos e desequilíbrios no País a  inflação elevada para padrões internacionais e a baixa produtividade do trabalho - cerca de 20% do americano. Além disso,  destacam que o grau de abertura do Brasil é um dos menores do mundo: a soma das exportações e importações de bens como proporção do PIB está em torno de 18%, enquanto na China é 70% e no Chile, 80%. A taxa de investimentos brasileira é mais baixa que a média de outras economias emergentes e a taxa de poupança doméstica é inferior em mais de oito pontos percentuais à taxa do México e do Chile.  Na raiz de vários problemas encontra-se o fato de frações majoritárias das lideranças políticas terem abdicado de liderar a agenda de reformas, afirmam Porto e Giambiagi .
Os autores alertam ainda que o País já se ressente da ausência de um maior esforço e atenção em educação ao longo de várias décadas. Entre nações emergentes, o Brasil é um dos piores na proporção da população adulta total com educação secundária (49% dos adultos jovens, contra 85% no Chile, 80% na Rússia). Está na 126ª posição em qualidade de educação primária (atrás de países como México e Chile) e apenas 7% dos estudantes brasileiros cursa educação profissional concomitantemente ao ensino médio profissional, enquanto em países desenvolvidos  esse número oscila em torno de 50%( Japão, 55%; Alemanha, 52%). E mais. O governo eleito em 2014, além de lidar com questões históricas pendentes - como a baixa qualidade do ensino - terá que solucionar  novos temas, como o ambiental e a escassez de mão de obra qualificada. A taxa de graduados em engenharia no Brasil  é de somente dois  por  dez mil habitantes, metade da taxa do Chile. “A partir da próxima década  a população em idade ativa declinará e a oferta de trabalho se tornará um constrangimento maior para o crescimento econômico”,  afirma Giambiagi.
No contexto deste cenário o livro indica diagnósticos e agendas para o país retomar, na segunda metade da década, a trajetória de  crescimento econômico, reforçando a estabilidade macroeconômica por meio de uma condução mais firme da política fiscal e do aprimoramento do combate à inflação, aumento do investimentos em infraestrutura, elevação da poupança doméstica - com destaque para a poupança pública - e melhoria acelerada de qualidade da educação.  “Sem políticas voltadas para a produtividade e a competitividade da economia brasileira, será difícil o Brasil retomar uma expansão anual ao ritmo de 4% “, afirma  Giambiagi. Para Porto, o desafio de  elevar a produtividade  nos próximos anos dependerá fundamentalmente de liderança política e melhoria da qualidade e solidez das instituições: “Quando conduzido por lideranças com visão de futuro e suportados por instituições confiáveis, os consensos são consolidados na sociedade e os problemas mais rapidamente superados, destaca. 
JB

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