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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Responsável pelo combate ao uso de armas químicas, Opaq ganha Nobel da Paz


Instituição lembra que o desarmamento era uma das principais preocupações do criador do prêmio, o químico e industrial sueco Alfred Nobel

Agência Brasil

Publicação: 11/10/2013 06:55 Atualização: 11/10/2013 07:47

Responsável pelo combate ao uso de armas químicas, Opaq ganha Nobel da Paz


O Prêmio Nobel da Paz foi concedido à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) pelo trabalho na eliminação dessas armas, anunciou nesta sexta-feira (11/10) o Comitê do Nobel na Noruega. A Opaq é sediada em Haia (Holanda). Criada em 1977 pelos países países que já participavam da Convenção de Armas Químicas, a Opaq é uma organização internacional independente e trabalha em cooperação com as Nações Unidas. Todos os países participam da organização, com exceção de Angola, da Coreia do Norte, do Egito, da Somália e Síria. O brasileiro José Maurício Bustani foi dirigente da Opaq desde o ano da fundação até 2002.
Ahmet Uzumcu, diretor da Opaq: comitê pretende, com a atribuição do prêmio, contribuir para a eliminação das armas químicas no mundo (Toussaint Kluiters/United Photos/Files /Reuters)
Ahmet Uzumcu, diretor da Opaq: comitê pretende, com a atribuição do prêmio, contribuir para a eliminação das armas químicas no mundo


De acordo com o comunicado oficial, "por meio da atribuição do prêmio, o comitê pretende contribuir para a eliminação das armas químicas" no mundo. "Os recentes acontecimentos na Síria, onde voltaram a ser usadas armas químicas, tornaram evidente a necessidade de aumentar os esforços para eliminar essas armas", afirmou Thorbjorn Jagland, secretário do Comitê do Nobel. Na nota, a instituição lembra que o desarmamento era uma das principais preocupações do criador do prêmio, o químico e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896) e que isso se refletiu na escolha de vários premiados.

Durante a 1ª Guerra Mundial, as armas químicas foram largamente usadas. A Convenção de Genebra de 1925 proibiu o uso, mas não a produção ou o armazenamento desse tipo de armamento. Na 2ª Guerra Mundial, as armas químicas foram a escolha de Adolf Hitler para os campos de extermínio. Ao longo da história, essas armas têm sido usadas, em diferentes ocasiões, por Estados e terroristas. Em 1992-1993 foi definida uma convenção de proibição que incluiu a produção e o armazenamento. Ela entrou em vigor em 1997. A Opaq tem, por meio de inspeções, da destruição de armas e de outros meios, procurado implementar a convenção, assinada por 189 países.


A guerra civil na Síria, onde os peritos estimam a existência de cerca de mil toneladas de gás sarin e mostarda e outras armas químicas, veio reforçar a necessidade do trabalho de erradicação dessas armas. O conflito começou há dois anos e meio, depois de um protesto pacífico, reprimido de forma violenta, que se transformou em guerra civil para derrubar o regime de Bashar Al Assad. O conflito já deixou mais de 115 mil mortos e 6 milhões de refugiados, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas.

O Prêmio Nobel da Paz é o único atribuído fora de Estocolmo, de acordo com a decisão de Alfred Nobel, já que na época a Noruega integrava o Reino da Suécia. A entrega do Nobel é feita em duas cerimônias paralelas no dia 10 de dezembro - uma em Oslo para o da Paz e em Estocolmo para os demais. O dia 10 de dezembro é aniversário da morte do criador do prêmio.

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