Um time de promotores internacionais e de legistas divulgou um relatório nesta segunda-feira que indica que o governo da Síria pratica tortura sistemática em prisioneiros. O grupo divulgou imagens para a rede CNN e o jornal The Guardian que mostram pessoas que teriam sido mortas de fome, por estrangulamento ou espancamento. A TV diz não ter meios de comprovar a autenticidade das fotos.
O relatório, afirma a CNN, contém milhares de imagens de corpos que teriam sido mortos pelo regime de Bashar al-Assad. O documento poderá ser utilizado em um tribunal criminal internacional, afirmam os promotores.
"Qualquer promotor gostaria desse tipo de evidência - as fotos e o processo. É evidência direta da máquina de matar do regime", diz David Crane, um dos autores do relatório. Crane é promotor-chefe da corte especial de Serra Leoa e processou o ex-presidente da Libéria Charles Taylor por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Taylor foi o primeiro ex-chefe de Estado a ser condenado por crimes de guerra desde a queda do nazismo. Ele foi condenado a 50 anos de prisão.
Sir Desmond de Silva, ex-promotor-chefe da corte de Serra Leoa, compara as imagens dos presos famintos às de sobreviventes do Holocausto, em especial os que foram mortos por fome. "Esta evidência poderia sustentar uma acusação de crimes contra a humanidade - sem sombra de dúvidas. Claro que não cabe a nós tomar uma decisão. Tudo que podemos fazer é avaliar a evidência e dizer que a evidência é capaz de ser aceita por um tribunal como genuína."
Segundo o relatório, uma testemunha identificada como "Caesar" divulgou 27 mil das 55 mil imagens obtidas. Caesar trabalhava como fotógrafo para a polícia militar e, quando a guerra começou na Síria, seu trabalho se resumiu a fotografar "detentos mortos".
A testemunha afirma ter registrado até 50 corpos por dia. Em certo ponto, ele começou a fotografar grupos de mortos para mostrar o que "parecia com um abatedouro", segundo o relatório.
Do JB
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