Pesquisar o SITE

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Próximo presidente terá grandes desafios para enfrentar na área da economia

Próximo presidente terá grandes desafios para enfrentar na área da economiaDesafios do próximo presidente incluem inflação alta, juros elevados, crescimento medíocre, aumento de impostos e muita incerteza

Vicente Nunes - Publicação: 01/01/2014 


A servidora aposentada Sandra Gonçalves, 65 anos, decidiu que, com a chegada do ano-novo, finalmente cumprirá a promessa de colocar as finanças em dia. Ao detalhar suas dívidas — cartão de crédito, carro, casa própria, cheque especial e carnês de lojas e financeiras — deu-se conta de que ou corta gastos agora ou se afunda de vez. O rendimento mensal de R$ 18 mil não comporta mais despesas. Nem mesmo o reajuste das escolas dos netos e os impostos tradicionais de início de ano, do automóvel e do apartamento em que vive com bastante conforto. “Em 2015, já serei outra mulher. Mais prudente, responsável nos gastos e com capacidade de poupança para enfrentar surpresas”, promete.

A nova Sandra surgirá em um momento crucial para o país. Quando 2015 chegar, um mandato presidencial terá início. E, seja Dilma Rousseff, seja qualquer outro o vencedor das urnas, uma fatura pesada estará à espera. O futuro comandante do Brasil terá de lidar com problemas que a aposentada nem sequer imagina, mas que terão impacto na vida de todos os brasileiros. “O ano de 2015 será de inflação alta, juros elevados, crédito restrito e baixo crescimento, o que pode resultar em aumento do desemprego, mesmo que em ritmo lento”, diz o presidente da Consultoria Macroplan, Cláudio Porto.

O quadro sombrio não surpreende Vagner Alves, economista da gestora de recursos Franklin Templeton. “Infelizmente, um pesado ajuste terá de ser feito. Muitos equívocos foram cometidos nos últimos três anos e devem se repetir em 2014. Em 2015, virá o acerto de contas”, afirma. Assim que tomou posse, em 2011, Dilma optou por uma virada na política econômica. Adotou o que batizou de “nova matriz”, baseada em juros mais baixos, gastos públicos maiores e dólar em alta. Abriu mão do tripé que, desde 1999, havia colocado o país no caminho da estabilidade e da previsibilidade: metas de inflação, câmbio flutuante e ajuste fiscal. Criou uma onda de incertezas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário