Restrição do crédito deverá fazer o país crescer menosCom as taxas de juros subindo e a menor capacidade das famílias de assumirem dívidas, os bancos serão mais seletivos na concessão de empréstimos e financiamentos. O dinheiro mais caro e restrito fará o consumo perder força e prejudicará a produção e o varejo
Victor Martins
Foi justamente esse caso que acendeu o sinal de alerta de Sérgio. Temeroso de que o desemprego possa bater à porta dele, avisou à família: nada de dívidas nos próximos 12 meses. É o tempo que ele acredita ser necessário para ter a ideia de como ficará a economia do país. Com a Copa do Mundo e as eleições presidenciais no meio do caminho, o vendedor quer a garantia de que a pessoa que comandará o Palácio do Planalto quando 2015 chegar não fará mais estripulias na economia. Muito pelo contrário. A torcida de Sérgio é para que todos os ajustes necessários sejam feitos sem traumas, a fim de que os juros possam voltar a cair e ele, trocar o carro e, quem sabe, finalmente, dar entrada na tão sonhada casa própria.
A precaução do vendedor não é exceção. Como ele, boa parte dos brasileiros que foram às lojas e se empanturraram de dívidas, devido ao crédito farto, decidiu reduzir as compras. Por isso, dizem os especialistas, dificilmente o próximo presidente da República poderá contar com a força do consumo das famílias como mola propulsora do crescimento. “Esse modelo se esgotou. Agora, o país precisa de investimentos produtivos”, diz Cláudio Porto, presidente da Consultoria Macroplan.
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