Educação
Em 5 de dezembro vence o prazo de registro de preço do Programa Um Computador por Aluno (Prouca). E a expectativa é que o governo abra nova licitação, desta vez com uma novidade: a inclusão dos tablets como instrumento educacional para cada aluno - não só notebooks.
O Ministério da Educação já confirmou que estuda implantar um programa digital com uso de tablets em conjunto com o material tradicional do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). Para incentivar a fabricação do produto, foi publicada em maio uma medida provisória (MP), que dá benefícios fiscais aos tablets feitos no país, para reduzir o preço em até 36%.
E o mercado não perdeu tempo. Em meio à discussões sobre a abertura de uma fábrica da Apple no Brasil, a Intel saiu na frente ao apresentar um modelo do produto ontem em São Paulo.Com tela de sete polegadas -um modelo de 10 polegadas está previsto para 2012 -, câmera frontal e traseira, entradas USB, 3G e SD protegidas contra água, o produto é pequeno e leve (550g), ideal para crianças.
"Pensamos em um modelo que não racha, não solta tinta, não tem cheiro, é resistente a quedas e a água", afirma Fabio Tagnin, diretor de expansão da empresa. Ele garante que a Intel já negocia com fabricantes e que deve lançar o modelo até o final do ano.
Mas o tablet não substituirá o notebook. "Acreditamos que o tablet é para o aluno de séries iniciais. A partir do Fundamental II (antiga 5ª série), o aluno passa a produzir conteúdo e o notebook é mais adequado", diz Tagnin.
E não espere um computador de U$S 100, sonho do professor Nicholas Negroponte, que lançou a ideia, em 2005. "Isso é um desafio, mas adianto que com US$ 100 não é possível ter um computador com a qualidade que oferecemos." No ano passado, os computadores comprados pelo governo custaram de R$ 344,18 a R$ 376,94.
Corrida tecnológica
O Brasil está perdendo a corrida de inserção tecnológica na sala de aula. As discussões em torno do programa Um Computador por Aluno (UCA) vem desde 2008, quando o governo federal comprou 122,6 mil notebooks para uma distribuição gratuita em projeto piloto.
De lá para cá, sabe-se que cerca de 250 mil computadores foram comprados - desde 2010 sob financiamento de estados e municípios e não mais gratuita.
O número não impressiona, especialmente quando comparado com a performance de outros países, que, mostraram mais habilidade do que o Brasil para reduzir o déficit tecnológico nas escolas.
A Argentina, por exemplo, alcançou 1,7 milhão de computadores distribuídos entre os estudantes. Venezuela, 1,5 milhão, e Portugal, 750 mil notebooks.