Os Estados Unidos e a Coreia do Sul estudam a adoção de medidas
adicionais para deter futuras provocações norte-coreanas, disseram os
chefes de Defesa dos dois países aliados nesta sexta-feira.
As tensões na península coreana atingiram o ponto mais alto em
décadas no ano passado, quando um navio da Marinha sul-coreana foi
afundado com um torpedo disparado, segundo alega Seul, por Pyongyang. O
Norte nega envolvimento no incidente que matou 46 marinheiros. Depois a
Coreia do Norte bombardeou uma ilha sul-coreana, matando quatro pessoas e levando o Sul a revidar.
A resposta de Seul, criticada pelos sul-coreanos por ser muito fraca
e tardia, desencadeou uma revisão das diretrizes operacionais de defesa
para permitir uma retaliação mais dura em eventos semelhantes no futuro.
-O ministro (coreano) e o secretário (dos EUA) reafirmaram a
necessidade de aprimorar as capacidades de dissuasão militar da Aliança
de uma forma mais prática e concreta e também melhorar a prontidão de
resposta no caso de uma provocação da Coreia do Norte-, afirmou
uma declaração conjunta dos chefes de Defesa. ”Eles também decidiram
avançar nas suas capacidades combinadas de prontidão nas Ilhas do
Noroeste e nas áreas próximas à Linha Limítrofe do Norte”, acrescentou
o comunicado.
As águas perto da fronteira marítima disputada são um ponto de
tensão e têm sido palco de vários confrontos entre as duas Coreias
desde 1999, incluindo os dois ataques do ano passado.
O ministro de Defesa da Coreia do Sul, Kim Kwan-jin, disse que
Washington reafirmou seu compromisso de fornecer “um aumento
avassalador de forças em circunstâncias extraordinárias”.
Kim e o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, repetiram o
alerta de que a Coreia do Norte representa uma séria ameaça à paz
regional e global.
Kim disse que a próxima agressão de Pyongyang -que ele acredita que
pode acontecer no próximo ano- será seguido por uma resposta inicial
por parte das forças sul-coreanas.
-E, em seguida, uma resposta conjunta Coreia do Sul-EUA, se chegar o
momento disso, vai incluir todos os ativos disponíveis-, afirmou Kim em
entrevista coletiva.
O porta-voz do Pentágono, George Little, alertou que um envolvimento
militar dos EUA não significa necessariamente o uso de força letal. No
ano passado os militares dos EUA e da Coreia do Sul realizaram
exercícios conjuntos em resposta aos ataques da Coreia do Norte.
Little acrescentou que a possibilidade de envolvimento dos EUA
também não era algo novo, dado o “espectro” de respostas possíveis
disponíveis.
Ainda assim, os comentários de Kim enfatizaram a pressão sobre Seul
para responder com mais força ao Norte se sua atual abertura
diplomática der lugar a agressão renovada.