Alguns sinais que muitas vezes são confundidos com os chamados tiques nervosos e, por isso, ignorados podem ser o indicativo de um problema de saúde, caso do chamado blefaroespasmo. O problema é provocado pela contração involuntária dos músculos próximo ao olho e caracteriza-se pelo fechamento repetitivo e involuntário da pálpebra. É mais comum entre mulheres, e costuma se manifestar depois de alguma situação estressante, como o fim de um relacionamento amoroso, por exemplo;.
Em boa parte dos casos, as contrações aparecerem e desaparecem rapidamente. Há, no entanto, quadros que exigem maior atenção. De acordo com a especialista do Hospital Oftalmológico de Brasília Patrícia Moitinho, uma investigação médica aprofundada faz-se necessária quando os tremores se mostram ininterruptos. "Nestes casos, há a chance de o paciente desenvolver cegueira funcional, que o impede de andar, dirigir e trabalhar", diz.
O blefaroespasmo pode ainda estar relacionado a problemas neurológicos como distonias, mais comuns em indivíduos que têm uma disfunção nas estruturas cerebrais responsáveis pelo refinamento dos movimentos. "A evidência é o fato dos músculos serem ativados sem que haja necessidade dessa ativação", ilustra a especialista.
A escolha do tratamento depende do tipo da doença. Nos blefaroespasmos primários, que não tem causa ocular aparente, a terapia consiste na aplicação de toxina botulínica a região. O procedimento abranda as dores e ajuda a corrigir a contração do músculo. O processo leva de quatro a seis meses, mas a melhora já pode ser notada em sete dias.
Já o blefaroespasmo secundário deriva de outro problema de saúde, seja uma patologia ocular ou neurológica. Segundo a médica, a condição é relativamente comum em indivíduos com conjuntivite e olho seco. Nestes episódios, explica a médica, recomenda-se tratar a origem do distúrbio. "Relaxantes musculares e drogas que atuam nos neurotransmissores e no controle motor, além de ansiolíticos e antidepressivos, também auxiliam", conclui.
Fonte:JB