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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Jornalistas não sabiam que eram espionados durante a ditadura




Sala do Arquivo Nacional em Brasília. Local centraliza gestão de documentos públicos do governo brasileiro (Monique Renne/CB/D.A Press)
Sala do Arquivo Nacional em Brasília. Local centraliza gestão de documentos públicos do governo brasileiro

A localização de documentos sigilosos que comprovam o monitoramento de correspondentes internacionais e mostram que eles eram vistos como inimigos do regime militar surpreendeu jornalistas estrangeiros que atuaram no Brasil à época. Segundo mostrou o Correio na edição de ontem, agentes da Divisão de Segurança e Informações (DSI) e funcionários do Ministério da Justiça elaboraram dezenas de dossiês que incluíam, além das traduções de reportagens, pedidos de expulsão dos jornalistas do território brasileiro. Os documentos fazem parte do Arquivo Nacional e foram divulgados graças à sanção da Lei de Acesso à Informação.

O jornalista francês Charles Vanhecke foi correspondente do Le Monde no Brasil entre 1973 e 1977. O escritório da empresa funcionava no Centro do Rio de Janeiro, mas ele também sentia a pressão do trabalho quando chegava em casa. “Eu sabia que meus telefones eram monitorados e minhas correspondências sempre chegavam abertas. O empregado que eu tinha em casa era manipulado pela polícia, que perguntava sobre a minha rotina”, relembra Charles Vanhecke, hoje com 78 anos, durante uma conversa por telefone da Bretanha, na França, onde passa férias.

Fonte:CB/
Helena Mader