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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Consumo da "nova" classe média turbina crescimento econômico


Só as vendas no varejo em setembro subiram 0,3%, segundo dados do IBGE


O exército de 103 milhões de brasileiros que compõem a nova classe média do país, sustentada pela ascensão da Classe C nos últimos dez anos, tem sido fundamental para que a economia nacional continue crescendo em meio à crise internacional. Mesmo com as expectativas mais baixas para 2012, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deverá fechar o ano no positivo: cerca de 1,5%. E este número, segundo o economista Gilberto Braga, professor de Finanças do Ibmec, vem, em grande parte, do consumo interno "popular". 
"Há um crescimento da renda real com geração de empregos em todo o país. No atual cenário, os ricos também compram, mas com certeza, a entrada de um novo contingente é a grande novidade e a que mais tem afetado a economia. Esta alta salarial é que é  injetada na economia pela nova classe média".
Dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (13) mostram que as vendas no varejo brasileiro registraram, em setembro, a quarta expansão mensal seguida: subira 0,3% em comparação com agosto. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a alta já chega a 8,5%. "Os números são positivos e mostram a força do mercado interno", diz o professor.
Segundo Braga, o consumo deve fechar 2012 com alta de 12,1%, percentual oito vezes maior que os 1,5% previstos para o PIB. "Se olharmos bem como este consumo tem sido feito, veremos que ele tem sido à base de alimentos e itens mais voltados para a economia popular, o que mostra o perfil deste público". 
O item de combustível também teve alta expressiva, consequência das vendas acentuadas de veículos nos últimos meses, promovido pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No documento, o item Combustíveis e lubrificantes registra índice positivo de 0,9%.
Natal
As perspectivas são ainda melhores. Com a proximidade das festas de final de ano, o consumo das famílias, tanto com alimentos, quanto presentes, deve aquecer ainda mais o varejo. Para Braga, as vendas de eletrônicos e eletrodomésticos serão as mais beneficiadas. 
"Existia uma demanda suprimida imensa desta classe social para aparelhos eletrônicos, que foi, com os incentivos ao consumo e ao crédito, sendo superada. Este item registrará novo aumento de venda, já que são produtos preferenciais para presentes de Natal", analisa.
Outro produto que tem sofrido, mas deve se recuperar é a perfumaria. "O brasileiro, culturalmente, gosta de presentear nesta área, principalmente no final de ano", afirma.
Cesta básica no Rio tem aumento de preço
Junto com as vendas no comércio varejista, aumentou também o custo para comprar a  Cesta de Compras da Cidade do Rio de Janeiro, que equivale ao consumo médio de todas as famílias residentes no município. O índice apresentou alta de 1,78% em outubro, segundo pesquisa da Fecomércio-RJ. Com o reajuste, o valor da cesta passou de R$ 475,96, em setembro, para R$ 484,45 no mês passado.
De acordo com a instituição, houve avanço nos gastos em todas as faixas de renda. Para as famílias que recebem mensalmente até oito salários mínimos, o reajuste foi de 1,87% e para as com rendimento acima desse valor, o crescimento foi de 1,72%.
 Por carolina mazzi