Exemplar de Arachnoscelis magnifica, uma das 25 mil espécies existentes no Parque Nacional de San Lorenzo |
Belo Horizonte - Desde a década de 1980, uma pergunta inquieta o mundo científico: quantas espécies de artrópodes há no planeta? Indagação das mais pertinentes, uma vez que 95% dos espécimes animais são desse filo, que inclui insetos e aracnídeos, entre outros invertebrados. O problema é que o imenso número desses seres impossibilitou até hoje uma resposta precisa. Daí, o grande feito de um estudo realizado com a participação de pesquisadores do Brasil, o primeiro que se propôs a calcular quantas espécies de artrópodes existem em uma floresta. Os resultados, com dados inéditos de avaliação do número de espécimes desses seres existentes nas florestas tropicais, estão publicados na edição de hoje da revista Science. A pesquisa envolve o trabalho de mais de 100 cientistas de 21 nacionalidades.
Na floresta San Lorenzo, no Panamá, onde pesquisaram os brasileiros, 25 mil espécimes de artrópodes foram estimados num espaço de 6 mil hectares, indicando a riqueza da biodiversidade do local. "Se isso tudo de espécime define o ecossistema, como esperar que o ecossistema funcione sem eles?", questiona o doutor em ecologia pelo Imperial College, no Reino Unido, Sérvio Pontes Ribeiro, docente do Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
Por Lilian Monteiro