Câmara dos Deputados gastou R$ 32 milhões com aluguéis, contas e impostos
Brasília e Recife — A Câmara dos Deputados gasta aproximadamente R$ 16 milhões por ano para bancar uma obscura rede de 962 escritórios parlamentares. O dinheiro do contribuinte é empregado no aluguel de salas que passam boa parte do ano fechadas, são instaladas em estados diferentes da base em que foram eleitos, servem de fonte de renda para políticos amigos e até de dormitório para assessores. Para controlar o uso da verba, a Casa fia-se apenas na palavra dos parlamentares de que cumprem o regimento. Nem mesmo o cidadão tem o direito de fiscalizar por conta própria, pois o Legislativo omite informações sobre as despesas.
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O Correio teve acesso à lista de escritórios bancados pela Câmara. Desde 2011, nada menos do que R$ 32 milhões foram gastos com o aluguel de imóveis, contas de água, luz e telefone, materiais de escritório e as tributações municipais. Em algumas dessas salas que, na teoria, deveriam estar em funcionamento, a reportagem não encontrou ninguém. De acordo com os vizinhos, parte desses escritórios surgiu nas eleições e, passada a disputa, fechou as portas.
Por Amanda Almeida,Adriana Caitano,Rebeca Buarque