A foto acima, retirada do Facebook, mostra o fóssil de um suposto animal marinho gigante que viveu há 65 milhões de anos. Hum… no Facebook? Tem tudo pra ser mentira, certo?
Certo. Mas não é. Paul Williams, produtor assistente da unidade de história natural da BBC, é quem aparece na imagem segurando o “fóssil”. Entre aspas, sim, pois não é um fóssil genuíno, e sim uma réplica – mas uma réplica baseada em um animal real que, de fato, tinha esse tamanho.
As amonitas são realmente um grupo extinto de animais marinhos que pertencem à subclasse Ammonoidea dos cefalópodes.
Segundo o Museu de História Natural do Reino Unido, apesar de não parecer, os parentes vivos mais próximos desses animais pertencem à subclasse Coleoidea (polvos, lulas, etc).
O nome “amonita” vem de sua forma espiral. Suas conchas fossilizadas lembram chifres de carneiros enrolados e a palavra se originou do deus grego com chifres de carneiro chamado Amom.
As amonitas começavam a vida como seres planctônicos minúsculos com menos de um milímetro de diâmetro. Em sua infância, teriam sido vulneráveis a ataques de outros predadores, incluindo peixes.
No entanto, rapidamente ganhavam um escudo exterior forte, que protegia seu interior macio de danos. Evidências sugerem que os animais aumentavam em tamanho rapidamente, com as fêmeas crescendo até 400% mais que os machos. Alguns animais atingiam um metro em diâmetro.
A casca do animal tem geralmente uma forma espiral plana. Ela é constituída por câmaras, como pequenas “salas” no interior da concha, ligadas por um tubo. O animal em si vive em apenas uma dessas câmaras, e usa as outras para ajudá-lo flutuar.
Alguns amonitas eram pequenas, outras tão grandes quanto um ser humano.
Alguns amonitas eram pequenas, outras tão grandes quanto um ser humano.
Cientistas estimam que as amonitas se moviam por propulsão a jato, expulsando a água através de uma abertura em forma de funil para impulsionar-se na direção oposta.
Elas normalmente viviam por dois anos, embora algumas espécies sobrevivessem mais e, consequentemente, crescessem mais.
Como as amonitas viviam no mar, se você encontrar um fóssil desse animal em uma rocha, com certeza há milhões de anos tal local costumava ser totalmente coberto pelo oceano.
Mas não era necessário um mar muito profundo. Grande parte da vida da amonita era gasta em águas rasas. A evidência para apoiar esta teoria inclui a sua dieta, que pode ser encontrada em maior quantidade em águas menos fundas.
Também é improvável que suas conchas pudessem suportar as altas pressões presentes em águas profundas (mais de 100 metros).
História e evolução
Amonitas viveram cerca de 200 a 65 milhões de anos atrás (períodos Jurássico e Cretáceo), e se extinguiram ao mesmo tempo em que os dinossauros.
Acredita-se que estas criaturas marinhas apareceram pela primeira vez há 415 milhões anos, na forma de um pequeno grão conhecido como Bacrites. Eles rapidamente evoluíram para uma variedade de formas e tamanhos, incluindo alguns em forma de grampos.
Durante a sua evolução, eles enfrentaram nada menos do que três eventos catastróficos que levariam à sua extinção. O primeiro evento ocorreu durante o Permiano (250 milhões de anos atrás): apenas 10% da espécie sobreviveram.
Em seguida, os animais restantes floresceram durante todo o Triássico e, no final deste período (206 milhões de anos atrás), enfrentaram a quase extinção novamente. Este evento marcou o fim do Triássico e o início do Jurássico, tempo durante o qual o número de espécies de amonitas cresceu mais uma vez. A catástrofe final ocorreu no final do período Cretáceo, quando todas as espécies foram aniquiladas e as amonitas se tornaram extintas. [UTOT, NaturalHistoryMuseum, DiscoveringFossils, NationalGeographic, Foto]
Agradecimentos à Giselle Gomes, pela dica de artigo, e ao Alessandro Carvalho Cordeiro, pela contribuição com informações para o artigo.
Por Natasha Romanzoti
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