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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Quase 80% dos jovens e crianças tiveram experiências negativas na web



As crianças e os jovens devem concordar: dois meses de férias não são suficientes para aproveitar a quantidade de atividades disponíveis no mundo real e no on-line. Além das viagens, das brincadeiras na rua, ainda é preciso arranjar tempo para se manter conectado com os amigos por meio das redes sociais, e, por que não, de se divertir em jogos na internet ou ver vídeos engraçados. E são nessas horas que eles passam diante do computador — onde, apesar de a expressão ser clichê, mora o perigo. 
A professora Doleny deixa o PC na sala e impõe limites para os filhos usarem a internet (Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
A professora Doleny deixa o PC na sala e impõe limites para os filhos usarem a internet
Um estudo da Norton, empresa fabricante de softwares de segurança, mostra que 79% das crianças e jovens de 8 a 17 anos no Brasil passaram por experiências negativas na web, como baixar programas com vírus (45%) e sofrer assédio em plataformas sociais (42%). A pesquisa foi feita em 24 países e contou com a participação de mais de 4,5 mil crianças e adolescentes.

“Pela falta de consciência da dimensão pública da internet, muitos pais deixam os filhos navegando sem nenhuma instrução. Por circularem na rede todos os tipos de pessoas, é difícil saber com quem se está falando e as crianças podem estar expostas a algum tipo de assédio e roubo de dados”, explica Ana Werneck, coordenadora de projetos da Childhood Brasil, organização que luta pela proteção das crianças e dos adolescentes fundada pela rainha Silvia, da Suécia.

O relatório revelou ainda que em 49% das casas há regras sobre a quantidade de tempo que se pode passar on-line e que 44% dos pais controlam os sites que podem ser acessados. Na residência da professora Doleny Fernandes, 46 anos, há restrições para os filhos Tiago, 11 anos, e Taynara, 16, principalmente neste período de férias. 

O computador, por exemplo, fica na sala de televisão para que ela consiga verificar o que os filhos fazem na internet. “A regra é que eles podem usar o PC ou o assistir à televisão, nunca os dois juntos. Procuro não deixar que fiquem o dia inteiro conectados e, também, isso nem é possível. Somos cinco pessoas aqui em casa e todos precisam usar o computador”, explica.

O diálogo também é utilizado pela professora para manter os filhos a salvo das ameaças on-line. “Quando vejo alguma notícia relacionada aos perigos que podem ser encontrados na internet, sempre converso com eles e os alerto. Dou um voto de confiança, mas, ainda assim, estou por perto”, afirma. Ana Werneck, da Childhood Brasil, concorda com a atitude de Doleny. “Não há como proibir ou controlar todos os lugares em que o filho tem acesso na web. A maneira mais eficaz é o diálogo, conversar sobre a questão pública da rede e para ter cuidado com imagens e dados”, ressalta.

 Os perigos a que as crianças e jovens devem ficar atentos no uso da internet são os mesmos que se tem no mundo real. “Não falar com estranhos, dar o número do telefone ou postar uma foto em um mural, não divulgar informações. É bom também conhecer a rede para saber por onde ele navega e o que está ocorrendo”, aponta Werneck. 

Programas

Além dos tradicionais antivírus, os pais podem baixar programas com vários níveis de configuração para trazer mais segurança a navegação dos filhos. Um dos mais famosos é o Net Nanny (babá da net, em tradução livre), que promete a análise em tempo real do PC ou Mac, o monitoramento das redes sociais e filtro de bate-papo.

Se a intenção é acompanhar de perto toda a trajetória do filho no computador, o BRMonitor pode ser a solução. O software permite ao dono da máquina saber o que o usuário fez por meio de históricos detalhados. O programa envia fotos da tela, teclas pressionadas, mensagens e textos copiados. 

Há ainda opções que podem agradar a garotada. O browser gratuito KidZui tem uma base de dados com milhões de sites, games on-line e vídeos, que foram aprovados pela equipe editorial do software, professores e pais. Além de o programa ser totalmente educativo, a navegação é fácil e intuitiva.

Ameaças no PC
As novas linguagens da internet e o Windows 8, que nem sequer foi lançado, também são alvos em potencial das ameaças da rede. Segundo a empresa de softwares de segurança Bitdefender, 90 milhões de malwares devem rodar pela web e atingir a nova plataforma da Microsoft. São 17 milhões a mais que o registrado até o fim do ano passado. Uma da vítimas deve ser o HTML5 , que, por possibilitar uma maior interação entre site e usuário, pode ser manipulado para enganar os internautas facilmente.

Os jovens e a internet no Brasil

45% baixaram vírus para o computador da família.

44% viram imagens, vídeos ou jogos on-line muito violentos.

42% dizem ter recebido pedidos de amizades de pessoas desconhecidas.

2% dos pais afirmam não ter ideia do que os filhos fazem on-line.

12% das crianças acham que os pais não têm ideia do que fazem on-line.

80% dos pais foram vítimas de um crime cibernético.

70% das crianças disseram estar presas às regras da casa sobre internet.

91% das crianças já quebraram essas regras.

31% utilizam controles parentais no computador da família.

Fonte: Norton

Dicas de segurança
» Mantenha o diálogo aberto com seus filhos.

» Leia sempre com atenção as mensagens mostradas pelo navegador.

» Evite instalação de software de desconhecidos ou de sites estranhos.

» Use o bloqueio de pop-up em seu navegador.

» Nunca divulgue senhas, nome completo, endereços, números de telefone ou fotos íntimas.

» Pense bem antes de publicar algo. Uma vez na rede, é quase impossível controlar o uso.

» Comunique-se com educação. Respeito deve valer em qualquer espaço.

» Evite gravar as senhas e login no computador para não facilitar roubos.

» Mantenha o mínimo de informações em seu perfil.

» Tenha cuidado com estranhos.

» Troque sua senha periodicamente.

Fonte: Safernet Brasil

"Pela falta de consciência da dimensão pública da internet, muitos pais deixam os filhos navegando sem nenhuma instrução. É difícil saber com quem se está falando"

Ana Werneck, coordenadora de projetos da Childhood Brasil

Fonte: Ataide de Almeida Jr.