Rio - Em sua discurso na posse da nova diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Cambriard, na manhã desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff não perdeu a oportunidade para mandar um recado para a petrolífera Chevron no evento que marca a nova direção da agência reguladora brasileira, responsável justamente pela fiscalização do setor. Mesmo que não tenha citado a empresa nominalmente.
"As empresas devem saber que protocolos de segurança devem ser cumpridos, que é necessário ficar dentro dos limites de segurança, que não devem ser pressionados e jamais ultrapassados", afirmou a presidente, em clara referência a petrolífera norte-americana, responsável por novo vazamento de óleo na bacia de Campos, no norte fluminense, e que já cancelou suas atividades e teve sua cúpula retida no País a mando da Justiça, que atendeu pedido do Ministério Público Federal.
"E a ANP tem papel crucial nisso, por ter o dever de garantir segurança operacional e ambiental. Todos nós sabemos que cabe à ANP fiscalizar acidentes de desrespeito a normas de segurança, e nós parabenizamos a ANP pelo que tem feito até agora", reforçou Dilma, que teria indicado pessoalmente Chambriard para a direção do órgão, impressionada com sua postura de pulso firme após o primeiro derramamento em novembro do ano passado - fato que, inclusive, ofuscou o então diretor, deputado federal Haroldo Lima, que ficou no cargo por oito anos.
"O povo brasileiro preza a ética. O povo sabe que sem regras quem sofre são os mais fracos. Contratos e acordos serão sempre cumpridos com rigor. Por isso que, para nós, respeitar as regras, é fundamental. A ANP tem importantíssimo papel de fazer valer as regras e melhores práticas num setor fundamental para o nosso país", completou a presidente.
Magda Chambriard, em seu discurso de posse, também não deixou de comentar a importância da segurança para conduzir o processo de exploração do pré-sal. "Fazemos fiscalização inteligente, não adianta colocar um fiscal em cada plataforma ou posto de combustível", afirmou a nova diretora da ANP.
Pauta também assumida na declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. "O Brasil é hoje um pais de fronteiras abertas, que respeita contratos. O capital externo é bem-vindo e participa em igualdade de condições. Devo dizer, no entanto, no que diz respeito a exploração de petróleo, as regras que aplicamos a nossa Petrobras, haverão de ser as mesmas. Naquilo que elas falharem, terão que responder", reforçou o ministro.
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