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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Em primeiro discurso após tratamento, Lula critica austeridade dos europeus


Em primeiro discurso após tratamento, Lula critica austeridade dos europeus

Ex-presidente afirma que medidas beneficiam o mercado financeiro e punem os trabalhadores

Lula critica medidas para combater crise econômica

Em um um seminário promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre cooperação entre Brasil e África, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente as medidas de austeridade adotadas por diversos países europeus para reagir à crise econômica mundial. Segundo ele, as medidas beneficiam apenas o mercado financeiro:
“Eles pedem austeridade aos povos, aos trabalhadores e aos governos dos países mais frágeis economicamente, mas, ao mesmo tempo, aprovam pacotes de recursos no sistema financeiro justamente nos setores responsáveis pela ciranda especulativa que gerou a crise desde 2008. Ou seja, punem as vítimas da crise e distribuem prêmios aos responsáveis por ela. Há algo de muito errado nesse caminho”, criticou.
Lula faz seu primeiro discurso após descobrir um câncer na laringe e critica potências
Lula faz seu primeiro discurso após descobrir um câncer na laringe e critica potências
Em seu primeiro discurso depois de receber o diagnóstico de um câncer na laringe, há sete meses, Lula falou pausadamente, para não forçar a voz, e discursou por 20 minutos. Ele chegou ao local debilitado, caminhando com o auxílio de uma bengala. Ele chegou a brincar com os convidados sobre a situação:
“Faz sete meses que não falo. Espero que não tenha desaprendido a falar”, lembrou, com o habitual bom humor.
Lula cita África como exemplo
O ex-presidente Lula sempre se empenhou nas negociações Sul-Sul, nas quais países periféricos intensificam a cooperação comercial e instituicional. O fato dos líderes africanos terem seguido a orientação brasileira nas medidas de combate à crise arrancou elogios:
“A União Africana mostra a seriedade daqueles que, diante da crise, não se desesperam. O momento é de ousadia e não de passividade. A hora é de união e não de divisão. O tempo é de solidariedade e não de opressão dos mais fortes sobre os mais fracos”, garantiu, novamente em tom de crítica às potências desenvolvidas. 
Fonte:JB