Londres - Físicos apoiados pelo Pentágono anunciaram nesta quarta-feira (4) que desenvolveram um sistema de "invisibilidade temporal" capaz de tornar um acontecimento indetectável durante uma ínfima fração de segundo.
Este dispositivo experimental se inspirou nas pesquisas sobre a famosa "capa de invisibilidade" popularizada por Harry Potter. Mas ao invés de esconder um objeto no espaço, o esconde no tempo, segundo estudo publicado pela revista britânica Nature.
"Nossos resultados representam um passo significativo para a obtenção de uma capa espaço-temporal completa", destaca o estudo, dirigido por Moti Fridman, da Universidade Cornell de Nova York.
O avanço dos físicos explora o fato de que as frequências da luz se movem a velocidades ligeiramente diferentes.
Essa capa de invisibilidade temporal começa com a difusão de um raio de luz verde por um cabo de fibra óptica. Este raio atravessa uma lente que o divide em duas frequências distintas: uma luz azul que se propaga um pouco mais rápido que o raio verde original e outra vermelha, ligeiramente mais lenta.
A minúscula diferença da velocidade entre os dois raios obtidos é aumentada pela interposição de um obstáculo transparente.
É criada, assim, uma espécie de "lacuna temporal" entre os raios vermelho e azul que viajam pela fibra ótica.
Um intervalo pequeno, de apenas 50 milésimos de nanosegundos, é suficiente para intercalar uma descarga de laser de frequência diferente da luz que passa pela fibra ótica.
Depois dessa descarga, os raios vermelhos e azuis sofrem um tratamento inverso: um novo obstáculo acelera o vermelho e desacelera o azul e uma lente reconstitui os dois feixes para produzir um único raio verde.
Esse feixe de laser, de 40 milésimos de nanosegundos, não faz parte do fluxo de fótons da luz reconstituída e por isso é indetectável.
O experimento se assemelha a uma passagem de nível que corta uma estrada muito movimentada, comentaram Robert Boyd e Zhimi Shi, engenheiros ópticos da também nova-iorquina Universidade de Rochester.
Quando chega um trem, os carros param, o que provoca um "buraco" no fluxo de tráfego. Quando o trem passa, os veículos aceleram até alcançar os que os antecedem. Para um observador, o fluxo de circulação parece normal já que não há nenhuma prova da passagem do trem pelo cruzamento.
A próxima etapa para os pesquisadores é ampliar este intervalo temporal que esconde o acontecimento, destacaram Boyd e Shi.
Mas consideram que esta invisibilidade temporal poderia ter aplicações imediatas para garantir as comunicações porque o procedimento permite fracionar os sinais ópticos e fazê-los viajar a velocidades diferentes antes de reuni-las, o que dificulta muito a interceptação de dados.
A pesquisa é financiada em parte pela DARPA, uma agência do Departamento de Defesa americano dedicada a desenvolver tecnologias futuristas que podem ter usos militares.
Entre suas realizações está um sistema de transmissão de dados entre computadores criado no final dos anos 60 e considerado um predecessor da internet.
Este dispositivo experimental se inspirou nas pesquisas sobre a famosa "capa de invisibilidade" popularizada por Harry Potter. Mas ao invés de esconder um objeto no espaço, o esconde no tempo, segundo estudo publicado pela revista britânica Nature.
"Nossos resultados representam um passo significativo para a obtenção de uma capa espaço-temporal completa", destaca o estudo, dirigido por Moti Fridman, da Universidade Cornell de Nova York.
O avanço dos físicos explora o fato de que as frequências da luz se movem a velocidades ligeiramente diferentes.
Essa capa de invisibilidade temporal começa com a difusão de um raio de luz verde por um cabo de fibra óptica. Este raio atravessa uma lente que o divide em duas frequências distintas: uma luz azul que se propaga um pouco mais rápido que o raio verde original e outra vermelha, ligeiramente mais lenta.
A minúscula diferença da velocidade entre os dois raios obtidos é aumentada pela interposição de um obstáculo transparente.
É criada, assim, uma espécie de "lacuna temporal" entre os raios vermelho e azul que viajam pela fibra ótica.
Um intervalo pequeno, de apenas 50 milésimos de nanosegundos, é suficiente para intercalar uma descarga de laser de frequência diferente da luz que passa pela fibra ótica.
Depois dessa descarga, os raios vermelhos e azuis sofrem um tratamento inverso: um novo obstáculo acelera o vermelho e desacelera o azul e uma lente reconstitui os dois feixes para produzir um único raio verde.
Esse feixe de laser, de 40 milésimos de nanosegundos, não faz parte do fluxo de fótons da luz reconstituída e por isso é indetectável.
O experimento se assemelha a uma passagem de nível que corta uma estrada muito movimentada, comentaram Robert Boyd e Zhimi Shi, engenheiros ópticos da também nova-iorquina Universidade de Rochester.
Quando chega um trem, os carros param, o que provoca um "buraco" no fluxo de tráfego. Quando o trem passa, os veículos aceleram até alcançar os que os antecedem. Para um observador, o fluxo de circulação parece normal já que não há nenhuma prova da passagem do trem pelo cruzamento.
A próxima etapa para os pesquisadores é ampliar este intervalo temporal que esconde o acontecimento, destacaram Boyd e Shi.
Mas consideram que esta invisibilidade temporal poderia ter aplicações imediatas para garantir as comunicações porque o procedimento permite fracionar os sinais ópticos e fazê-los viajar a velocidades diferentes antes de reuni-las, o que dificulta muito a interceptação de dados.
A pesquisa é financiada em parte pela DARPA, uma agência do Departamento de Defesa americano dedicada a desenvolver tecnologias futuristas que podem ter usos militares.
Entre suas realizações está um sistema de transmissão de dados entre computadores criado no final dos anos 60 e considerado um predecessor da internet.
Fonte: France Presse - C B