Ela não pagou fiança de R$ 1 mil e foi encaminhada à cadeia de Votorantim
Uma mulher que disse ser professora é acusada de injúria motivada por preconceito contra dois homossexuais na rua Lara de Campos, centro de Tietê, no início da madrugada de ontem. Ela está presa. Os dois, de 23 e 47 anos, andavam de mãos dadas e Josiane de Oliveira Souza Campos, 41 anos, os teria ofendido, chamando-os de "viados, bichas e boiolas".
A mulher também ofendeu os policiais militares que foram chamados pelas vítimas. Teria se referido a eles como "coxinhas". Ao ser colocada na viatura, ela chutou a porta pela parte de dentro e causou danos. O delegado Fernando César dos Reis autuou a mulher em flagrante por desacato à autoridade, dano ao patrimônio público e injúria.
O delegado estabeleceu fiança de R$ 1 mil para Josiane responder às acusações em liberdade. Mas ela não pagou a quantia e foi levada para a Cadeia Feminina de Votorantim, onde permanecia presa até ontem à tarde.
Projeto de lei
Existe projeto de lei na Câmara Federal apresentado pela então deputada Iara Bernardi (PT) que criminaliza a homofobia no Brasil. O projeto propõe que os preconceitos motivados pela orientação sexual e identidade de gênero sejam equiparados aos preconceitos já previstos na Lei 7.716/89, que são de etnia, cor, religião e nacionalidade.
A aprovação da lei da homofobia, no entanto, enfrenta resistência de representantes de igrejas, pois acreditam que iria ferir a liberdade religiosa e de expressão, a partir da punição a quem se manifestasse publicamente contra o homossexualismo. A região da avenida Paulista, na capital, registrou crimes de intolerância contra homossexuais no ano passado. Em outubro, dois homens foram agredidos perto da estação Ana Rosa do Metrô e mais dois na rua Bela Cintra. Em 2010, um rapaz foi agredido com uma lâmpada fluorescente.
Fonte:Marcelo Roma
