Pesquisar o SITE

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Quais são os primeiros passos para ter uma rede de franquias?


É essencial analisar se a empresa tem estrutura física, financeira e de pessoal para entrar no sistema de franchising

Por Ricardo Bomeny*
Divulgação
“Possuímos uma rede de lojas em shoppings e temos recebido e-mails perguntando se somos uma franquia. Por onde podemos começar para vir a ter lojas franqueadas?”
Luzinete


Cara Luzinete,

O empresário que deseja expandir o seu negócio por meio do sistema de franquiasdeve começar avaliando o quanto está preparado para essa expansão. Negócios em rede requerem estrutura física, financeira e de pessoal. Por isso é essencial passar por um processo de análise profunda dessas condições antes de iniciar a venda de lojas.

O primeiro passo é conhecer como funciona o sistema, por meio de pesquisas, cursos e outros meios que ajudem a esclarecer todas as dúvidas acerca do tema. Em seguida, fazer um estudo de franqueabilidade do seu negócio, ou seja, analisar as condições atuais da empresa e o posicionamento da marca e dos produtos no mercado em que atua, avaliar o mercado e a concorrência e definir o modelo, o conceito e a estrutura que serão replicados. A partir daí, desenhar o plano de expansão: quantas unidades serão abertas, em quanto tempo e em quais regiões, e estabelecer os investimentos necessários para colocar o plano em prática.

Depois, é importante desenvolver e formatar o sistema operacional e de gestão para possibilitar a operação da franquia pelo franqueado de acordo com os padrões definidos pela franqueadora. Nesse momento, é fundamental a elaboração de manuais de implantação e operação para serem seguidos pela rede, garantindo o seu funcionamento. Por último, antes de lançar a franquia no mercado, é recomendado que o modelo seja testado e validado em uma unidade piloto, permitindo eventuais correções antes da implementação final.

Para percorrer todo esse caminho, você pode contar o apoio da ABF, que oferece informações no site, cursos e treinamentos, além de contar com uma biblioteca em sua sede, com um excelente banco de dados disponíveis para consulta. Se preferir, pode contratar uma consultoria especializada. A maioria costuma disponibilizar serviços personalizados para cada passo do desenvolvimento do negócio. 

O financiamento é uma boa ideia para abrir uma franquia?

Antes de recorrer a uma linha de crédito, é preciso verificar as parcerias da rede com bancos e a necessidade de capital


“Eu e meu noivo estamos pensando em abrir uma franquia de produtos cosméticos. Nós não somos da área de comércio/administrativo nem de cosméticos, e gostaria de entrar nessa área pois me identifico com o negócio. Estou fazendo um curso a distancia do Sebrae (IPGN – Iniciando um Pequeno Grande Negócio) para tentar me ambientar mais com esta realidade.

Como não temos o capital ainda, estamos pensamos em solicitar um financiamento na Caixa ou no Banco do Brasil (tive informação de que esses dois bancos fazem análise para financiamento de franquias). Será que o financiamento é uma boa ideia, ou seria melhor primeiro termos o capital, para depois pensar em investi-lo no negócio? Além disso, será que uma loja de rua seria viável? O ideal seria investir em uma loja de shopping, mas acredito que não teremos este capital necessário.”
Evelyn 

Cara Evelyn,

O capital é, sem dúvida, um item de extrema importância no momento de optar por um negócio próprio. O ideal é que o franqueado tenha parte do capital e complete o valor necessário com uma linha de crédito. Nesse caso, a primeira informação necessária é saber se a rede de franquias pretendida tem acordo com alguma instituição financeira. Algumas redes já têm convênio com os bancos, o que facilita muito o processo. Vários bancos oferecem linhas de crédito especiais para franquias bastante atrativas, porém exigem garantias. É preciso avaliar profundamente o capital a ser investido, o capital de giro, a necessidade de estoque e calcular o retorno previsto. Também é necessário levar em consideração o prazo de liberação e, para isso, o melhor a se fazer é consultar o próprio banco.

Sobre a viabilidade de uma loja de rua ou de shopping, a franqueadora poderá orientar a melhor alternativa, pois depende do tipo de negócio e dos hábitos da cidade, entre outras variáveis. Vale ressaltar que os custos do shopping são realmente mais altos do que de uma loja de rua, mas o que precisa ser analisado é também o fluxo de pessoas, ou seja, não é possível tomar essa decisão sem o auxilio do franqueador.

* Ricardo Bomeny é presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF) .
Fonte:http://revistapegn.globo.com