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domingo, 1 de janeiro de 2012



Sem padre, suspeito de pedofilia, igreja amanhece fechada

A igreja de São Francisco de Assis, próxima à saída para Unaí (MG), na DF-140, amanheceu fechada ontem. Depois das acusações de pedofilia contra o padre da paróquia, Evangelista Moisés de Figueiredo, 49 anos, não havia quem abrisse as portas. O cenário se revela bem diferente do visto em fins de semana anteriores, quando o pátio do templo costumava ficar tomado de veículos. Os fiéis lotavam o local para assistir à missa, conduzida pelo suspeito de cometer crimes sexuais contra pelo menos seis crianças, entre 5 e 14 anos, durante um ano.

Os vizinhos estão chocados. A consultora política Márcia Bianchi, 48 anos, mora em frente à igreja há 7 anos. Não frequentava a São Francisco de Assis, mas conhecia o padre. “Ele era gentil e muito receptivo. Não suscitava nenhuma desconfiança. Descobri a notícia sobre ele ontem, na internet”, disse. Márcia relata que Evangelista atraía muitos seguidores. “O meu caseiro ia sempre à missa, com os filhos pequenos, mas nunca teve problemas com o padre. É muito difícil fazer um julgamento”, afirmou.

Há 15 anos, Evangelista atuou como padre na igreja São Camilo de Léllis, na 303/304 Sul, durante oito anos. Quem conviveu com ele nesse período também se mostrou assustado com as denúncias. “Ele parecia ser um santo. Eu soube da notícia hoje de manhã. Corri para a igreja, para buscar ajuda com o novo padre. Estou muito triste”, disse a aposentada Maria Alda, 90 anos, moradora da Asa Sul.

O atual padre à frente da São Camilo, José Maria, custou a acreditar quando soube das acusações. “Não podemos dizer que está tudo bem em uma situação dessas. Ele era uma pessoa muito boa, ajudava como voluntário em hospitais. Exerceu com propriedade a sua função aqui na São Camilo. Vamos rezar pelas crianças e por suas famílias”, relatou.

Evangelista foi ordenado em 1993 e pertence à Congregação de São Camilo de Léllis, da qual faz parte a igreja São Francisco de Assis. A Arquidiocese de Brasília só se manifestará quando obtiver as informações do processo. Antes da execução do mandado de prisão, a assessoria jurídica da instituição não sabia da existência das denúncias ou da investigação contra o pároco.


Fonte: Ariadne Sakkis,
Julia Borba - a
Colaborou Leilane Menezes