O ministro da Fazenda, Guido Mantega, gastou boa parte do dia de ontem para pôr em prática as determinações da presidente Dilma Rousseff. Ele não só mandou Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, e Ricardo Flores, presidente da Previ, o fundo de pensão dos empregados da instituição financeira, pararem de brigar em público, como os avisou que há uma determinação para demiti-los caso insistam em manter acesa a briga por poder que está criando um enorme desgaste político para o governo. “O recado do ministro foi claro: ou eles calam a boca ou serão demitidos sumariamente. A presidente não quer mais saber de intriga envolvendo o maior banco do país e o principal fundo de pensão da América Latina”, disse um assessor do Palácio do Planalto.
Até ontem pela manhã, havia a determinação dentro do governo de afastar Ricardo Flores do comando da Previ, por entender que ele havia alimentado a disputa com Bendine. Mas negociações políticas convenceram o Planalto a não anunciar qualquer decisão até que se apure, a fundo, de onde estão partindo todas as informações que transformaram o BB e a Previ em um campo minado. A Fazenda também está colhendo dados para saber qual deles está envolvido no vazamento dos extratos bancários protegidos por sigilo do ex-vice-presidente do BB Allan Toledo Simões. Os documentos estão circulando livremente pela Esplanada dos Ministérios, mostrando que ele movimentou quase R$ 1 milhão no primeiro semestre de 2011. Apesar de garantir que o dinheiro é legal, Simões está sendo investigado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Fonte:CB