No Brasil, cerca de metade dos municípios possui coleta de esgoto, embora apenas 30% tenham estações que tratem esses dejetos antes de despejá-los na natureza. Tratar esse material orgânico é necessário para não poluir rios e mares, bem como evitar a proliferação de doenças infecciosas e transmitidas por parasitas. Agora, imagine o benefício que traria um equipamento que, além de tratar esse resíduo, ainda o utilizasse como fonte de produção energética. Pois essa máquina já existe.
Pesquisadores do Instituto J. Craig Venter, nos Estados Unidos, passaram 10 anos trabalhando no projeto que levou à criação desse dispositivo, apresentado no congresso da American Chemical Society (ACS). Com o tamanho de uma máquina doméstica de lavar roupas, o aparelho usa as bactérias que se desenvolvem em meio à matéria orgânica dos dejetos para fazer biomassa, combustível utilizado para gerar energia elétrica (veja infografia). “Nosso protótipo consegue processar cinco vezes mais resíduos urbanos do que os que tínhamos feito antes. Podemos trabalhar com 380l de dejetos por semana”, anunciou, em videoconferência da qual o Correio participou, a professora assistente de eletromicrobiologia do instituto e líder da pesquisa, Orianna Bretschger.
Fonte:Thais de Luna/CB