Médicos não fecham acordo com planos de saúde e cobram por atendimento
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As restrições impostas pelos planos de saúde a clientes que precisam de atendimento mais sofisticado e urgente está levando à morte um número cada vez maior dos 50 milhões de usuários cadastrados no sistema. A situação é tão alarmante que mesmo pacientes internados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), com quadros gravíssimos, têm esperado semanas pela autorização de um procedimento. Essa realidade ficou mais assustadora diante da disputa entre os cardiologistas, que vêm recusando serviços pelos planos, e as operadoras. Eles pedem reajustes dos honorários, mas as empresas se recusam a fechar um acordo. No meio dessa disputa, é o lado mais fraco que está arcando com a fatura — por sinal, já cara, se levadas em consideração as mensalidades pagas todos os meses.
“Chegamos ao caos, no qual a saúde pública abandona o cidadão e a saúde privada o despreza”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédicos), Gutemberg Fialho. Ele assegura que os casos de morte por demora no atendimento são frequentes nos hospitais, mas não é possível quantificar todos relacionados à demora dos planos de saúde em dar o aval para procedimentos. O quadro de abuso é tamanho, segundo ele, que, “ironicamente, o paciente de baixa renda, que buscou a rede privada para se proteger, está salvando a sua vida ao recorrer, em alguns casos, ao Sistema Único de Saúde (SUS)”. Fialho, porém, defende os médicos: “Os planos ludibriam quem paga mensalidades ao não informar os valores repassados aos profissionais”. Procurada pelo Correio, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) não retornou os telefonemas.
Fonte:
Gustavo Henrique Braga
Silvio Ribas - Enviado Especial - dired