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sábado, 14 de abril de 2012

Demóstenes afirma que provará sua inocência



Ele disse que a escolha do presidente da comissão poderia ser questionada como irregular

Demóstenes afirma que provará sua inocência Wilson Dias/ABR
Demóstenes Torres compareceu à reunião do Conselho de Ética nesta quinta-feiraFoto: Wilson Dias / ABR



 















O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) apareceu de surpresa na 
manhã desta quinta-feira na reunião do Conselho de Ética que deverá definir o relator do processo de quebra de decoro parlamentar contra ele, pela denúncia de envolvimento com o empresário do ramo de jogos ilegais Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. 

Assim que foi aberta a sessão, o senador pediu a palavra para dizer que provará sua "inocência" e solicitou respeito ao regimento da Casa. Demóstenes alegou que a escolha do presidente da comissão, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), poderia ser questionada como irregular porque não houve, segundo o parlamentar, eleição em sessão secreta para o cargo. 

O senador goiano disse, porém, que não alegará qualquer nulidade do processo: 

— Eu quero provar a minha inocência é no mérito, até agora não tive a oportunidade de me defender. Provarei que sou inocente.

Eleito na terça-feira para a presidência do Conselho de Ética, Valadares foi escolhido por ser o senador mais antigo do colegiado. Tem 69 anos, completos na última Sexta-feira. 

Mas, segundo Demóstenes, ele só poderia permanecer "interinamente" no cargo, apenas para presidir, em até cinco dias, a eleição do presidente. O prazo, observou, venceria na próxima terça-feira.

— O titular mais idoso somente assume a presidência interinamente para presidir a sessão de eleição da presidência. Neste caso, não há outra alternativa a não ser a eleição para presidente — disse o senador goiano, notando que o próprio Valadares poderia ser o presidente eleito para conduzir seu processo de quebra de decoro.

Demóstenes informou que deixaria em seguida a reunião para não constranger a comissão, e que se considerava notificado desde a véspera do prazo para responder à representação do PSOL. Ele considerou adequado os 10 dias de prazo para fazer sua defesa, inicialmente por escrito, e depois diretamente aos integrantes do conselho, respondendo a perguntas.

No momento em que Demóstenes ia deixar a sala, o presidente do conselho pediu que ficasse para ouvi-lo. Valadares disse que sua escolha está amparada legalmente, diante da dificuldade do PMDB, partido a quem caberia a indicação, encontrar um nome. 

— Todos os atos praticados por mim foram inteiramente observando os trâmites constitucionais e legais — declarou.

Demóstenes deixou a sala em seguida, sem falar com a imprensa. Os senadores do conselho seguiram discutindo se devem ou não eleger o presidente do conselho. O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse que apoia a continuidade de Valadares no cargo.

Fonte:DN / AE
AGÊNCIA ESTADO
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