Políticos acreditam que contraventor pode atrapalhar investigações e CPMI no Congresso
Parlamentares questionam transferência de Carlinhos Cachoeira para Brasília
A transferência do contraventor Carlinhos Cachoeira do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, foi muito criticada por parlamentares ouvidos pelo Jornal do Brasil.
O desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), acatou o pedido da defesa de Carlinhos Cachoeira, que deve ser transferido para Brasília ainda esta semana. Segundo a decisão juducial, a detenção de Cachoeira em Mossoró é ilegal porque ele não cometeu nenhum crime hediondo e não representa perigoso à sociedade. Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a medida foi concedida como fruto de uma pressão feita pela quadrilha do contraventor:
"A transferência do Cachoeira de Mossoró para Brasília é bem negativa. Não vejo razão em trazê-lo para cá. Temos a preocupação com o que ele pode vir a divulgar para intimidar os envolvidos na investigação. A transferência é altamente prejudicial para as investigações e para a CPI que está surgindo", denuncia o parlamentar.
Outro político temeroso com a mudança do local onde Cachoeira espera julgamento é o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), um dos articuladores da CPMI que vai investigar as ramificações da quadrilha comandada pelo bicheiro:
"Por ele ser muito ardiloso e utilizar de meios modernos para comunicação, claro que a proximidade dele é perigosa e pode facilitar suas articulações. A gente sabe porque os presídios federais são construídos longe dos grandes centros, é justamente para dificultar o trânsito de pessoas e reduzir a possibilidade de comunicação de criminosos", argumenta.
O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) acredita que o Ministério Público Federal (MPF) deve recorrer da decisão:
"Cadeia é cadeia em qualquer lugar. O juiz que analisou o caso é muito conceituado, mas acho seria prudente ter consultado a Polícia Federal (PF) e o MPF sobre isso. Acredito que eles vão recorrer", questiona.
Fonte:Igor Mello