Exposição prolongada aos altos níveis de insulina pode reduzir fornecimento de oxigênio ao feto
As mães obesas ou que sofrem de diabetes durante a gravidez têm mais chances de dar à luz crianças com autismo ou atrasos no desenvolvimento, segundo um estudo publicado esta semana nos Estados Unidos. Os resultados deste estudo, publicado na revista Pediatrics, levantam "sérias preocupações em termos de saúde pública", disseram os pesquisadores.
Os autores do estudo examinaram 1.004 duplas mãe-filho de diversos níveis socioeconômicos na Califórnia (leste). Aproximadamente a metade das crianças era autista, 172 sofriam de transtornos de desenvolvimento e 315 se consideravam normais.
Embora o estudo não tenha indicado se o peso ou a diabetes da mãe durante a gravidez eram a causa dos problemas psicológicos das crianças, estabeleceu uma clara correlação entre estes transtornos e a saúde materna.
Por exemplo, as mães obesas tinham 67% mais chances de ter um filho com autismo e mais do dobro de possibilidades de ter um filho com algum tipo de transtorno que as mães de peso normal sem diabetes.
Mais de 20% das mães de crianças com autismo e outros problemas de desenvolvimento eram obesas. Apenas 14% das mães de crianças com desenvolvimento normal eram obesas durante a gravidez, indicou a pesquisa.
- Mais de um terço das mulheres americanas em idade de procriar são obesas e quase um décimo têm diabetes gestacional ou diabetes tipo 2 durante a gravidez - afirma Paula Krakowiak, da Universidade da Califórnia, no estudo.
Os cientistas acreditam que os problemas do feto podem ser resultado da exposição prolongada aos altos níveis de insulina nas mães diabéticas, o que requer uma maior utilização de oxigênio e pode reduzir o fornecimento de oxigênio necessário ao feto.
O diabetes também pode diminuir os níveis necessários de ferro para o feto, o que resulta em um fraco desenvolvimento cerebral.
Fonte:DC