A dez dias da escolha do novo presidente francês, o socialista François Hollande fez um discurso voltado para a Europa, abordando o que mais preocupa o continente: a gestão da crise financeira. Em uma coletiva de imprensa com ares presidenciais, Hollande, favorito nas pesquisas de intenção de voto, chamou para si a responsabilidade pelo equilíbrio entre o controle dos gastos públicos e o crescimento da região. A fala chegou a ser mencionada pelo presidente do Banco Central Europeu, que manifestou um inesperado apoio à proposta do candidato do Partido Socialista (PS). Do outro lado da disputa, o presidente Nicolas Sarkozy segue à caça dos eleitores da ultradireita, embora tenha negado qualquer associação com políticos da Frente Nacional, caso vença o segundo turno, em 6 de maio.
Hollande disse que, se ganhar a eleição, vai acionar líderes europeus para a renegociação do tratado orçamentário criado para administrar a crise. “A Europa não está condenada à recessão”, afirmou. O candidato do PS sugeriu a inclusão de quatro pontos no acordo de disciplina fiscal, assinado no mês passado. A ideia é que as novas medidas retomem os investimentos e a criação de empregos. “Nessa frente, as coisas já estavam caminhando. Antes da eleição (do último) domingo, alguns líderes já mencionavam o que eu estou propondo”, lembrou Hollande. “Hoje, muitos chefes de Estado e de governo estão esperando as eleições francesas para abrir essa discussão”, assinalou.
Fonte:France Presse