O Congresso paraguaio decidiu pelo impeachment do presidente Fernando Lugo no começo da noite desta sexta-feira (22/6). Trinta e nove parlamentares votaram a favor, enquanto apenas quatro se posicionaram contra.
Grande parte da população paraguaia se manifestou a favor do presidente. Muitos se reuniram em frente ao Senado Federal, onde o processo de impeachment foi votado, para demonstrar apoio a Lugo, que foi representado por advogados na sessão.
Após o anúncio da decisão do Congresso, os apoiadores de Lugo entraram confronto com policiais que faziam a segurança no local.
A discussão para a destituição do presidente começou após 17 pessoas morrerem em um confronto entre policiais e sem-terras em um acampamento irregular. Lugo foi acusado de ''mau desempenho de suas funções'' e parlamentares disseram que o episódio não foi o primeiro ato de derramamento de sangue do governo Lugo.
Foram apresentadas cinco acusações formais contra o presidente: apoio de Lugo à manifestação de jovens de esquerda no Comando de Engenharia das Forças Armadas, em 2009; obrigar militares à se submeter às ordens de sem-terras; falta de competência para combater atos de violência no país; ações dos guerrilheiros do EPP (Exército do Povo Paraguaio), responsável pelo confronto entre policiais e camponeses na semana passada, que culminou na morte de 17 pessoas; e violação das leis paraguaias ao ratificar Protocolo de Ushuaia 2, que prevê intervenção externa caso a democracia esteja em perigo.
Os advogados de Lugo alegam que o presidente é vítima de perseguição política, que a condução do julgamento político tem sido feito de forma ilegal e injusta.
O presidente do Congresso do Paraguai, Jorge Oviedo Matto, defendeu que o vice-presidente, Luis Frederico Franco, assuma o país, visto que recebeu o mesmo número de votos de Lugo.
Fonte:Com agências