Roma - A Eurozona pretende destinar 130 bilhões de euros, cerca de 1% do PIB, para fomentar o crescimento e encerrar a crise que atinge a Europa, conforme acordaram nesta sexta-feira (22/6) em Roma os líderes de Alemanha, França, Itália e Espanha, as quatro maiores economias do bloco. O anúncio foi feito pelo presidente francês, François Hollande, e pelo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, ao término do encontro.
"Estamos de acordo em reativar o crescimento, relançar os investimentos para criar emprego e realizar reformas estruturais a nível nacional" ou "a nível europeu", explicou Monti em uma coletiva de imprensa realizada ao término da reunião.
Contudo, os representantes também destacaram que a recuperação econômica não será feita em detrimento da disciplina fiscal, conforme anunciado após a reunião das quatro principais economias da Eurozona, destinada a encaminhar o encontro maior, de 28 e 29 de junho em Bruxelas.
"O primeiro objetivo no qual temos entrado em acordo é a recuperação do crescimento, investimentos e criação de emprego, mediante reformas estruturais a nível nacional" ou "uma nova agenda a nível europeu", disse o chefe do governo italiano, Mario Monti, em uma coletiva de imprensa conjunta ao término da reunião.
O presidente francês, François Hollande, disse que os quatro dirigentes estão de acordo em dedicar o "1% do PIB europeu, ou seja, entre 120 e 130 bilhões de euros, para incentivar o crescimento". A chanceler alemã, Angela Merkel, confirmou este objetivo comum e afirmou que ela envia um "sinal importante".
Esta quantidade, procedente do reforço do Banco Europeu de Investimentos, os 'project-bonds' (créditos conjuntos para financiar infraestruturas) e fundos europeus não utilizados, já havia sido comentada por Hollande na "rota de fuga" dirigida na semana passada ao presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy.
Segundo Monti, os dirigentes presentes em Roma concordam que o que foi feito até agora não tem sido suficiente. "O crescimento não pode ter uma base sólida se não for feito através de disciplina orçamentária", afirmou.
O euro, uma realidade irreversível
O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, recordou que as quatro maiores economias da Eurozona apostam na indiscutível irreversibilidade do euro. "Há acordo entre todos para colocar em marcha todos os mecanismos de estabilidade e medidas para mais união política, econômica, bancária e fiscal", disse Rajoy.
Para Merkel, a solução da crise na qual está imersa a região, é "mais Europa, não menos". "Tínhamos que dar um sinal e nos aproximamos de uma união política. Queremos trabalhar em uma união política mais importante. Os quatro países estão de acordo nisso", afirmou Merkel em coletiva de imprensa.
Os quatro dirigentes acordaram também a introdução de uma taxa sobre transações financeiras na Europa, medida que requer a adesão de nove dos 27 Estados da União Europeia e a qual se opõe em particular a Grã-Bretanha. "O mais importante hoje é que acordamos mecanismos para a estabilidade financeira e medidas para mais união política, econômica, bancária e fiscal", resumiu Rajoy.
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Como um gesto de boa vontade, o Banco Central Europeu (BCE) saiu nesta sexta-feira em ajuda dos bancos espanhóis ao anunciar uma suavização das condições dos empréstimos aos bancos da zona do euro.
Segundo duas auditorias divulgadas nesta quinta-feira, os bancos espanhóis precisam de até 62 bilhões de euros, uma cifra muito inferior ao teto de 100 bilhões de euros (127 bilhões de dólares) que o Eurogrupo ofereceu ao fundo estatal espanhol encarregado da reestruturação bancária.
O ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, anunciou paralelamente em Luxemburgo que a Espanha fará o pedido oficial de ajuda para recapitalizar os bancos "na próxima segunda-feira".
O encontro dos principais líderes em Roma antecedeu a reunião principal, de 28 e 29 de junho, em Bruxelas.
Fonte:
France Presse