Os 20 aviões da Embraer recentemente vendidos ao governo dos EUA deverão ser repassados ao Corpo Aéreo do Exército Nacional do Afeganistão, onde serão usados para combater grupos insurgentes como o Talibã.
Entretanto, a compra está, no momento, paralisada, segundo a Sierra Nevada Corporation, empresa norte-americana associada da Embraer no projeto. A paralisação ocorreu depois de a negociação ter sido questionada na Justiça por um concorrente, a Hawker Beechcraft.
Segundo comunicado, a Sierra Nevada recebeu uma ordem de paralisação da Força Aérea dos EUA. A Embraer não fez nenhum comentário na manhã de hoje (5).
Ontem, em resposta a questionamento da BBC Brasil acerca da venda, anunciada no último dia 30, o Pentágono (Departamento de Defesa americano) informou que as aeronaves A-29 Super Tucano serão entregues às forças afegãs para promover “treinamento avançado em vôo, vigilância, interdição aérea [ataques a alvos no solo] e apoio aéreo próximo”.
“O LAS [Apoio Aéreo Leve, na sigla em inglês, programa em que as aeronaves serão empregadas] é um esforço de assistência em segurança para o governo afegão”, disse o Pentágono.
No comunicado em que citou a ordem de paralisação da compra, a Sierra Nevada disse que está “confiante de que a questão será resolvida de forma célere. [As aeronaves] precisam ser disponibilizadas rapidamente para apoiar [soldados] no Afeganistão”.
A concorrente Hawker Beechcraft questiona na Justiça norte-americana sua exclusão da competição e a forma como a Embraer foi anunciada vencedora do processo, segundo comunicado divulgado em dezembro pela da companhia. A empresa alega que “faltou transparência da Força Aérea durante a competição”.
A Sierra Nevada, por sua vez, disse que ela e a Embraer receberam o contrato "como resultado de uma disputa justa e aberta".
O A-29 Super Tucano é uma aeronave militar leve, projetada especialmente para ações de contra-insurgência. Capaz de voar em velocidade e altitude baixas, já teve cerca de 200 unidades encomendadas e é atualmente usada por forças aéreas de seis países.
Firmado ao custo de US$ 355 milhões (R$ 650 milhões), o contrato para a venda dos 20 aviões foi o primeiro entre a Embraer e a defesa norte-americana e prevê ainda o treinamento de pilotos e a manutenção das aeronaves. A companhia terá 60 meses para entregar as 20 unidades.
Para concorrer à venda, conforme determina a legislação norte-americana, a Embraer teve de se associar a uma empresa local, a Sierra Nevada.
Caso a compra siga adiante, segundo a Embraer, os equipamentos serão montados em Jacksonville, no estado da Flórida, e terão pelo menos 88% de seus componentes fabricados por empresas norte-americanas ou de países que se enquadram no Buy America Act (legislação que regula as compras do governo americano).
A empresa diz que as cerca de 150 aeronaves em operação já voaram, ao todo, 130 mil horas (das quais 18 mil em missões de combate), sem terem sido abatidas. Segundo a companhia, o treinamento para que pilotos experientes possam manejá-la dura poucas semanas.
Em nota, a Embraer disse que as aeronaves serão vitais "para ajudar o Afeganistão e nações parceiras [dos EUA] a desenvolver suas próprias capacidades aéreas [...], ajudando a trazer de volta com segurança e rapidez soldados americanos no Afeganistão e limitando a necessidade de forças americanas em outros locais".
Ataques simultâneos em Bagdá matam pelo menos 24 pessoas
Pelo menos 24 pessoas morreram e 66 ficaram feridas em uma série de ataques a bomba na capital do Iraque, Bagdá.
Segundo o Ministério do Interior iraquiano, quatro ataques foram realizados com bombas plantadas na beira de estradas. Uma moto-bomba também foi detonada.
As explosões ocorreram nas áreas xiítas da capital iraquiana, incluindo o subúrbio carente de Sadr City.
Os ataques se inserem no momento de tensão sectária que o Iraque vive desde que as tropas norte-americanas deixaram o país, em dezembro. O primeiro-ministro, Nouri Maliki, xiita, é acusado de tentar monopolizar o poder.
O vice-presidente, Tariq al-Hashemi, sunita, está sendo procurado por acusações de terrorismo e se esconde no Curdistão iraquiano. O principal bloco sunita na Assembléia iraquiana está boicotando o Parlamento em protesto.
Fonte: Com informações da Agência Brasil, citando a BBC Brasil; e do www.srzd.com