O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu a existência de uma base industrial de defesa forte como parte de uma estratégia de dissuasão que garanta a paz no Atlântico Sul. Ele destacou que “devido à fluidez das relações internacionais, temos de estar preparados para uma eventual ameaça externa”. “A melhor maneira de se evitar isso é uma defesa forte, que possa causar danos sérios a um possível agressor”, disse.
Em seminário promovido pela Frente Parlamentar de Defesa Nacional na Câmara dos Deputados, na quarta-feira (15), ele ressaltou que os governantes devem usar o período de paz para se preparar para um possível conflito. Segundo o ministro, para garantir esse projeto, seriam necessários meios aéreos, navais e terrestres, como prevê a Estratégia Nacional de Defesa.
Amorim também destacou a necessidade de cooperação entre países sul-americanos e africanos para garantir que o Atlântico Sul seja uma “via segura de comércio”. “A fluidez do cenário internacional exige que o Brasil, a América do Sul e a África possuam uma estratégia comum”, disse.
Para o ministro Marco Antonio Raupp (Ciência, Tecnologia e Inovação), o desenvolvimento científico e tecnológico do país precisa estar associado à soberania nacional. Ele afirmou que o ministério desenvolve projetos em conjunto com o setor de defesa. Durante o seminário, o ministro disse que espera um aumento significativo dessa colaboração ao longo dos próximos anos.
Apesar disso, o bloqueio de R$ 55 bilhões no Orçamento de 2012 anunciado logo após pelo governo afetou pesadamente os dois ministérios. Ciência, Tecnologia e Inovação perdeu 22% dos valores previstos originalmente na Lei Orçamentária Anual, o equivalente a uma fatia de R$ 1,48 bilhão dos R$ 6,7 bilhões previstos. A Defesa, com um bloqueio da ordem de R$ 3,31 bilhões, ficou em terceiro lugar na listas de cortes.
O chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, disse que a prioridade do Exército, Marinha e Aeronáutica nas próximas duas décadas é a defesa da Amazônia e o reforço no patrulhamento das áreas de fronteira terrestre e das águas jurisdicionais brasileiras. Para isso, a prioridade é a construção de submarinos, modernização do poder naval, aquisição de novos caças e recuperação da capacidade operacional das forças terrestres.
Fonte:JHP