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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fotógrafo ferido recusa-se a ser retirado da Síria pelo CICV


A mulher do fotógrafo britânico Paul Conroy afirmou neste domingo à rádio BBC que seu marido, ferido em Homs junto com a jornalista francesa Edith Bouvier, rejeitou uma proposta de ser retirado pelo Crescente Vermelho sírio, por falta de confiança na organização humanitária.
"Assim, por causa disso, ele preferiu não partir com eles, a não ser que fosse acompanhado por alguém da embaixada da Grã-Bretanha ou da França", declarou Kate Conroy.
"Posso compreender os motivos dele, mas pelas inúmeras conversas que mantive com deputados, com o Foreign Office e outras autoridades, sei que não vão enviar um oficial para acompanhá-lo", disse a mulher do fotógrafo independente que trabalha, principalmente, para o Sunday Times.
"Acho que deveria então compreender que eles (do Crescente Vermelho) têm uma dimensão internacional e que isto garante uma proteção suficiente para que seja retirado, de forma segura", considerou Kate Conroy.
"Gostaria, de qualquer forma, que alguém da embaixada dissesse 'esqueçamos o protocolo, vamos ajudá-lo a sair daí', mas sei que isto não vai acontecer", acrescentou.
Neste domingo, o porta-voz do Crescente Vermelho em Damasco informou que a retirada dos feridos, entre eles Paul Conroy e Edith Bouvier, bloqueados em Homs, cidade destruída pelo Exército sírio, ocorreria na segunda-feira.
Uma jornalista estrangeira envolvida nas negociações chegou a afirmar no sábado à AFP que, por duas vezes, as ambulâncias da organização humanitária se dirigiram ao bairro de Baba Amr, mas foram bloqueadas por membros do Exército sírio Livre (ASL, na sigla em inglês), formado por militares dissidentes.
O ASL acusou o regime de ter parado nove feridos que acabaram sendo evacuados na sexta-feira, mas o Comitê internacional da Cruz Vermelha (CICV) chegou à conclusão de que "isto era totalmente falso", acrescentou ela.
As duas organizações humanitárias conseguiram na sexta-feira, pela primeira vez, retirar sete feridos e 20 mulheres e crianças de Baba Amr.
Fonte:AFP