A disputa pelo cargo às vezes é fratricida, mas quem chega à posição de líder no Congresso costuma gostar da doce vida de que desfruta. Não são poucas as vantagens. Do partido, do governo ou da minoria, o status dá ao deputado bem mais do que só 15 minutos de fama. Uma vez líder, ganha destaque na imprensa, influência entre a bancada e prestígio com o Palácio do Planalto. Governadores e prefeitos também costumam ser interlocutores constantes. Além de ser o responsável por comunicar o voto de todos os parlamentares de sua sigla ou bloco, dispõe de um rol de prerrogativas que lhe garante livre acesso à tribuna e mais poder no dia a dia do Congresso, sem contar os gabinetes maiores e os servidores extras à disposição. Mas está enganado quem pensa que a vida de líder é só moleza.
“O líder é a parte mais visível de uma enorme engrenagem de toda a bancada e da assessoria técnica da liderança”, resume o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), que foi líder dos tucanos em 2011. A missão realmente não é para os que só vêm a Brasília duas vezes na semana. Como o líder representa um grupo grande de parlamentares, deve estar disponível o maior tempo possível. Isso vale tanto para a oposição quanto para aliados. “O líder de oposição é intensidade, vigilância e disponibilidade imediata. Tem que estar sempre crítico e ter desprendimento”, explica Nogueira. Um cochilo de lado ou do outro pode fazer com que o governo aprove projetos que não interessam à oposição, ou que ministros sejam convocados pela oposição para depor sobre escândalos.
O acesso fácil à tribuna talvez seja um dos maiores atrativos. Para se ter ideia da visibilidade que o cargo traz, oito dos dez parlamentares apontados como os mais influentes no Congresso em 2011 pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) são líderes. Um deles, o do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), é considerado mais influente até do que o veterano senador José Sarney (PMDB-AP).
Fonte:Guilherme Amado