Ela é grande, antiga e vive embaixo da água; uma equipe internacional confirmou que uma grama marinha antiga guarda o segredo do organismo mais antigo da Terra.
A gigante Posidonia oceanica se reproduz assexuadamente, gerando clones de si mesma. Um único organismo – que parece se expandir por 15 quilômetros e pesar mais de 6 mil toneladas – pode ter mais de 100 mil anos.
“Organismos que se clonam têm uma capacidade extraordinária de transmitir apenas os genomas ‘altamente competentes’, sem fim previsível”, comenta o diretor do Instituto Oceânico da Universidade da Austrália Ocidental, Carlos Duarte.
Os pesquisadores analisaram 40 campos em 3.500 quilômetros do mar mediterrâneo. Modelos de computador ajudaram a demonstrar que o modo de dispersão por clonagem da Posidonia oceanicapermite que ela consiga manter clones competentes por milênios, enquanto os genótipos mais competentes dos organismos que se reproduzem apenas sexualmente se perdem a cada geração.
“Entender porque esses genomas particulares conseguiram se adaptar em um espectro tão grande de condições ambientais por tanto tempo é a chave para pesquisas muito interessantes”, comenta Duarte.
As gramas marinhas são a fundação de ecossistemas costais, mas têm declinado globalmente nos últimos 20 anos. Os campos da Posidonia oceanica estão diminuindo a uma média de 5% por ano.
“A preocupação é que apesar dos campos da Posidonia oceanica terem sobrevivido por milênios, o atual declínio sugere que elas não vão mais conseguir se adaptar ao ritmo sem precedentes de mudanças climáticas globais”.
O gênero Posidonia aparece apenas no Mediterrâneo e nas águas australianas. [ScienceDaily]
Fonte:hypescience