Indústria brasileira praticamente não cresce há quatro anos e perde espaço para importados. Câmbio, juros e impostos inibem investimentos em tecnologia
Com todos querendo despejar no mercado brasileiro montanhas de produtos encalhados mundo afora, os problemas sistêmicos do setor industrial ficaram mais evidentes do que nunca. A atividade das fábricas voltou a patinar — cresceu apenas 0,3% em 2011 —, a despeito do aquecimento no comércio interno, o que desenterrou o velho fantasma do protecionismo. É inegável que, ao longo dos anos, o país construiu uma base industrial que impulsionou o crescimento e absorveu grande contingente de mão de obra — hoje, o Brasil está muito próximo do pleno emprego, com um índice médio de desocupação de 6%, o menor da história. Mas a verdade é que a indústria está praticamente estagnada desde 2008. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) acumulou alta de 16% nos últimos quatro anos, o PIB da indústria de transformação cresceu apenas 4%.
“Não haverá crescimento sustentado de longo prazo se a indústria continuar com desempenho tão abaixo da média do PIB”, alerta Célio Hiratuka, professor do Núcleo de Economia Industrial e de Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Empresários, estudiosos e governantes são unânimes em afirmar: o centro do problema está na baixa capacidade competitiva do setor. “As dificuldades vão desde o excesso de tributação à logística deficiente, alto custo da energia, do capital e dos serviços e, claro, do dólar barato, que estimula um volume excessivo de importações”, explica Júlio Gomes de Almeida, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Diante de tantos obstáculos, os empresários não conseguem inovar e, salvo raras exceções, perdem mercado para produtos estrangeiros, geralmente melhores e mais baratos. A mais recente versão do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que o nível de inovação no Brasil ainda está muito aquém do razoável. Pouco mais de 10% dos novos negócios no país trazem ao mercado bens e serviços verdadeiramente inovadores, desempenho que só não é pior do que o de Bangladesh. Em 2010, o Brasil havia ocupado a última posição entre 54 países.
“Não haverá crescimento sustentado de longo prazo se a indústria continuar com desempenho tão abaixo da média do PIB”, alerta Célio Hiratuka, professor do Núcleo de Economia Industrial e de Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Empresários, estudiosos e governantes são unânimes em afirmar: o centro do problema está na baixa capacidade competitiva do setor. “As dificuldades vão desde o excesso de tributação à logística deficiente, alto custo da energia, do capital e dos serviços e, claro, do dólar barato, que estimula um volume excessivo de importações”, explica Júlio Gomes de Almeida, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Diante de tantos obstáculos, os empresários não conseguem inovar e, salvo raras exceções, perdem mercado para produtos estrangeiros, geralmente melhores e mais baratos. A mais recente versão do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que o nível de inovação no Brasil ainda está muito aquém do razoável. Pouco mais de 10% dos novos negócios no país trazem ao mercado bens e serviços verdadeiramente inovadores, desempenho que só não é pior do que o de Bangladesh. Em 2010, o Brasil havia ocupado a última posição entre 54 países.
Fonte:
Gustavo Henrique Braga